Caros leitores.
Sei que tenho andado arredado deste espaço.
Tenho navegado por águas revoltas e - do alto da gávea - observado situações e factos que não auguram nada de bom para Portugal. Apelo pois, a quem quiser e puder, que compareça.
Esta é mais uma iniciativa que, bem corroborada, poder ajudar a encontrar alento e soluções para os que pouco ou nada têm. Sendo aberta a todos, membros ou não do MEP, todas as opiniões contam. Por minha parte, e por razões da conjuntura actual, não me é possível estar presente. No entanto, deixo aqui o meu contributo.
Um abraço,
João Ricardo Lopes - Abraveses/Viseu
(Para saber mais sobre esta iniciativa, vão ao site do MEP -www.mep.pt)
«O MEP e o Ano Europeu contra a Pobreza – Um Olhar de Esperança»
Esta iniciativa do MEP chega num momento crucial da vida portuguesa.
Certamente este é mais um combate desigual. Onde o Golias será ainda, e por enquanto, muito mais forte que David. Não que Golias tenha enormes capacidades combativas. Nada disso. Apenas porque David não tem a força necessária pelo simples facto de lutar sozinho.
Golias, tem por si todo o apoio dos especuladores; dos que lançam o caos no parco equilíbrio do mundo económico com o objectivo único do lucro fácil. À custa dos incautos e dos que caem por arrasto. Não fora a falta de união entre todos os agentes envolvidos na actividade económica, quem sabe teríamos um David robusto, capaz de enfrentar sem medo as adversidades.
Pede-se recorrentemente, agora mais do que nunca.
Mas onde estão os exemplos a seguir?
Não seria justo e correcto que, qual pais, os mais altos dignitários da Nação dessem o exemplo de contenção, moderação, abnegação? Pode um filho respeitar um pai que não seja capaz de transmitir seriedade, honestidade, verticalidade?
Poderá amá-lo certamente, mas daí a respeitar...
É chegado o momento, talvez o último, para recolocarmos Portugal onde tem que estar. Impedir, o que já tínhamos em parte conseguido, que deixem de olhar Portugal como um pequeno rectângulo no fim da Europa. Onde só existe de bom sol, mar, gastronomia e paisagem. Nada mais errado, embora sejam campos a explorar na apresentação exterior e no que isso pode contribuir para o nosso desenvolvimento sócio económico. Portugal tem, sempre teve, excelentes possibilidades de expansão. Infelizmente, os sucessivos governos não tiveram, ou não quiseram, a sabedoria e a humildade de deixar crescer os seus representados, receosos da perda de influência e do poder. Por via disso, temos hoje um País desigual. Onde as possibilidades de sucesso são exponencialmente grandes no litoral e ínfimas no interior.
Um País, onde saber ler e escrever não significa necessariamente cultura, mas sim o que chamo de analfabetismo evoluído.
Um País onde estar doente não tem a mesma correspondência no interior ou no litoral.
Um País, onde ter emprego/trabalho cava fossos entre a população. Que leva à inveja entre os que têm e os que não têm emprego, dado que o salário de quem trabalha é, em comparação, menor do que um subsídio de desemprego. Uma questão de distribuição do tempo disponível. Quem passa mais de 10 horas/dia no emprego, acaba por não ter tempo para viver, e não falo de ociosidade. Falo de pura e simplesmente viver.
O combate entre David e Golias, não se afigura fácil. Contudo, como na passagem Bíblica, nada é impossível.