Caros amigos.
Sei que tenho estado ausente. Há muito tempo! Eu sei.
A vida tem os seu caminhos e leva-nos, por vezes, a períodos de afastamento, saídas de cena que não podem nem devem ser entendidas como fugas.
A década que agora termina, foi pródiga em acontecimentos relevantes. Uns bons, outros assim assim e, a maior parte, não podiam ter sido piores. Pensando em particular na questão levantada pela falência das economias mundiais, foi essa, sem dúvidas o nosso pior pesadelo. Aquele que tira o sono mesmo aos mais desinteressados pela vida político/económica.
Portugal, na sua reduzida dimensão, foi apanhado por esse turbilhão, por essa sucessão de acontecimentos. Se numa primeira fase não houve um impacto igual aos sucedidos por todo o mundo e pela Europa em particular, a falta de atenção e até a pouca relevância dada ao problema, trouxe-nos portas a dentro uma situação a todos os níveis insustentável.
Não vou falar aqui e agora de tudo quanto penso ter sido mal, péssimo. De todas as medidas tomadas, sejam elas bem intencionadas ou apenas com o intuito de "salvar a face". O ano de 2011 vem aí, e nos primeiros 3 meses teremos respostas duras e inegáveis da real situação do País. Pudéssemos ter certezas sobre a eficácia das medidas aprovadas e talvez houvesse ainda lugar para a esperança. Eu, não creio que assim seja.
Vivemos num País onde nada funciona em plenitude. Educação, Justiça, Saúde, Cultura, Economia, Finanças, Desporto, Religião. Em todos os campos assistimos a guerras, birras, chantagens, desonestidade, compadrio e corrupção em larga escala. Não há um único sector, onde possamos dizer: bom! ao menos aqui a coisa vai. Em lado nenhum, se vislumbra uma única réstia de luz, de transparência. Ainda hoje, a menos de 24 horas do início de um plano de austeridade que vai abalar tudo e todos, vimos publicada em Diário da República a promoção de directores gerais d vários sectores da administração pública e, pasme-se, com efeitos retroactivos a Janeiro (2010). Toda a cadeia hierárquica vai ser beneficiada e compensada no corte dos tais 5% a partir de 1 de Janeiro.
Amigos, isto é um ESCÂNDALO!!!!
Diga-se o que se quiser. Goste-se ou não das normas dos vários PEC'S. Portugal está mal e em maus lençóis! Não vou apelar aqui à chamada desobediência civil, à anarquia, ao quebrar tudo e bola para a frente. Apelo, isso sim, ao cerrar de fileiras. Ao parar para refletir na real situação e sobre qual deve ser o nosso efetivo contributo para tentativa resolução dos nossos problemas.
Amanhã, ao soar das doze badaladas, ao ingerirmos as doze passas, ao bebermos da taça, já meia, de um champanhe ou um espumante amargo, pensemos em todos aqueles que nem isso terão. Pensemos em nós que no próximo final do ano, poderemos estar no seu lugar, a fazer-lhes companhia e nada termos.
A todos vós, a todos sem exceção, o meu sincero desejo de um ano de 2011 pleno de alegrias e realizações, pessoais ou conjuntas.
FELIZ 2011 !
( Este texto foi escrito tentando utilizar o novo acordo ortográfico. Se assim o entenderem, corrijam-no, por favor. Obrigado)