Visão global e pessoal, sobre temas da actualidade Nacional.
publicado por João Ricardo Lopes | Quinta-feira, 27 Outubro , 2011, 23:24
Já muitos europeus dormiam o sono reparador, quando os líderes europeus chegaram a acordo quanto ao perdão por de 50% da dívida Grega aos bancos europeus.
Sabemos , pelo menos imaginamos, que a situação financeira da Grécia é de tal forma grave, que não seria comportável pagar a totalidade da mesma e, penso - é voz mais ou menos corrente - que nem mesmo os 50% restantes serão alguma vez pagos mesmo que, o cálculo dos juros mude e baixe por força da redução do montante. Ou seja: a Grécia, os Gregos, não vão pagar nada !
Espanta-me por isso, ver um leque enorme de altos responsáveis, no conjunto da união e individualmente em cada país, derem como certa esse desidrato e afirmarem (mesmo que não acreditem no que dizem) que esta cimeira foi bem sucedida.
Já o disse por mais de uma vez, mas não tenho pejo em repetir-me: «não sou economista» mas sei (ainda) fazer contas. Sei (ainda) interpretar palavras, frases, comentários ou outras formas de comunicação, para avaliar que o que hoje foi dito ao longo do dia, não teve mais do que o interesse único e "supremo" de acalmar os mercados financeiros. Esses autênticos devoradores da vida económica.
Quem pode, quer, sabe ,tem o mínimo interesse por estes assuntos (que devíamos ter sempre), assistiu a uma verdadeira revira-volta no espectro financeiro. Bolsas que subiram, ações  que valorizaram, e tudo o mais que estes meandros envolvem. Não vou entrar, porque não tenho para tal competências, em pormenores técnicos.
Eis -nos portanto, chegados ao ponto em que tudo o que durante meses foi protelado recebeu agora luz verde. Aumento dos dos fundos europeus de resgate, alterações no sistema de recapitalização dos bancos, PERDÃO  de parte da dívida... Eis-nos chegados ao ponto que deveria ter sido , e podia, evitado há muito tempo.
Não cabe aqui agora bater na tecla do erro que foi aceitar a Grécia na zona euro, sem antes aquilatar da veracidade das contas, dos números apresentados pelo executivo Grego. Cabe, isso sim,  ver e entender até onde vai esse acordo de princípio agora acordado. Saber como vão os bancos ( em cada país ) resolver os seus problemas de recapitalização. Irão mais uma vez recorrer a fundos de garantia dos estados, suportados por todos os contribuintes ? Terão modo (mesmo que curto) de bastarem-se a si próprios?
Não se iludam com as reacções "positivas" dos mercados e das agências de rating.
Não se iludam com pseudos elogios aos esforços da nossa economia perante a crise global.
Não se iludam com a aparente calma dos "senhores" da Europa ( Merkel e Sarkosy ). Jogam apenas e só com o tempo...
No meio de todo esse turbilhão, preocupa-me ainda mais o que teremos ainda de suportar, mesmo que não diretamente nos nossos bolsos.
Isto não acabou ainda...está longe de acabar!
É um pouco como o leopardo: « deixa a presa pensar que está a dormir e devora-a durante o seu sono! »

publicado por João Ricardo Lopes | Domingo, 16 Outubro , 2011, 21:20

Adesão à União Económica e Monetária; adesão à Moeda Única Europeia...

A ideia de uma Europa unida, a pensar a uma só voz...a utopia das utopias!

Como seria possível? Como ver Nações outrora dominadoras passarem pela existência mundial apenas como..."dominadas"? Como entender e pretender que se possa viver do mesmo modo entre países com tão díspares realidades ...
Não sou nem nunca fui contra essa ideia mas, sinceramente, não credito que isso venha a ser possível algum dia. Proximidades, pontos de vista comuns...mais nada.
Mas aquilo que era suposto ser bom, uma vida livre e descomprometida,  numa terra onde corresse  leite e mel, transformou-se num ápice num pesadelo, num tormento, numa amalgama de esquemas e "jogos palacianos". Mas o que mais subverteu o que era suposto ser bom, foi o constante ataque disferido ao bom senso, à antiga resignação. O cerco apertado e em cadeia promovido por bancos e outras instituições financeiras. Onde o impossível não existiria  e muitas vezes não existiu. Onde o mais difícil e preocupante era não ter uma simples caneta para...assinar! E tudo isso, com o beneplácito constante e desregrado dos governantes. Para quem o importante eram obras megalómanas e faraónicas. Para quem era importante dar e transmitir a sensação de bem estar mesmo que falso.Fosse como fosse. Valores forjados, rendimentos altamente inflacionados. A banca que emprestou sem garantias...tudo em nome da vida fácil, despreocupada, pseudo evoluída. Os problemas, esses, resolver-se-iam depois.
E o depois veio!
Implacável! Indomável! Sem piedade! Não olhou para nada nem ninguém.
O mundo das ilusões começou a cair como um castelo de cartas. Primeiro na América, depois na Europa, Ásia... Apanhou ricos, ditos ricos, mas também os iludidos, os insensatos, os sem culpa nenhuma. Tudo e todos foram arrastados na torrente da podre "lama" financeira.
A crise das dívidas soberanas, a crise da falta de sensatez, a crise de quem não falou verdade, de quem iludiu e mentiu. Essa crise, que a todos marca, a todos constrange, a todos oprime. Não são preciso detalhes,. Não são necessárias palavras...mais palavras! Tudo é de todos sobejamente conhecido. Todos, mesmo os mais comedidos, tomamos parte no festim. Todos num momento ou noutro, cometemos excessos. Ninguém está impune! Ninguém está isento de culpas.
Mas, ainda assim, há um grupo de maiores culpados. Aqueles que, agindo supostamente em nome do Povo, não fizeram mais do que enganar e iludir.
Os últimos anos de governação puseram Portugal no caos absoluto.  Agora, sem fuga (legal) possível, resta-nos mais uma vez pagar os desmandos alheios.
Portugal vive hoje uma espiral de total descontrole das finanças públicas. Desvios financeiros, seguramente de verbas astronómicas, que contribuem cada vez mais para o desnorte. Não se consegue, ou não se quer, culpabilizar responsáveis. Protegem-se os mais poderosos e condenam-se impiedosa e rapidamente os mais frágeis .
Há muito por fazer. Há muita coisa em jogo. O caminho é duro mas possível. Haja para tanto união e justiça na aplicação das medidas de austeridade mais uma vez gravosas e impiedosas.

publicado por João Ricardo Lopes | Domingo, 16 Outubro , 2011, 15:24

Temos direito à indignação ou a estarmos indignados?

Esta será, certamente, a pergunta que todos terão presente na mente
Porque já o disse anteriormente, tentarei não me repetir em demasia.
É sabido, daqueles que mais atentamente seguem estes escritos, tanto a minha posição política, como as minhas posições face ao atual estado de coisas.
O protesto ontem, 15 de Outubro de 2011, ocorrido em várias capitais Europeias e cidades, entre Elas, Lisboa, acaba por não ser mais do que uma tentativa vâ vã efémera e, mal grado todas as tentativas, desprovidas de resultados práticos.
Sempre considerei que os atos violentos ou que a isso conduzam ou possam conduzir, pouco ou nada adiantem. Sempre considerei que, as greves e paralisações, embora direitos Constitucionalmente previstos e admitidos, pouco ou nada resolvem. Sempre considerei que, os Sindicatos, do modo como pretendem defender as classes trabalhadores, de pouco ou nada adiantam. Pouco ou nada resolvem...
Sempre, desde sempre considerei que a JUSTIÇA é a única e melhor forma de resolução de conflitos e o diálogo a sua principal arma.
O meu posicionamento no espectro político é esse. Recordo-o mais uma vez.
Ao CENTRO! Pela justiça, pela igualdade de oportunidades. Pelo direito igual e sem restrições, ao acesso aos bens e serviços mais básicos. Sem as mordomias e as concepções que alguns privilégios criaram e que, ao longo de anos, acumularam prejuízos imensos agora suportados por todos, e uma pequena, infama até, percentagem de privilegiados... mas que tudo têm, que tudo conseguem e que pouco ou nada contribuem para o bem estar comum.
Não caio para a esquerda ou para a direita apenas porque isso me convenha ou possa trazer benesses. Tão depressa aplaudo posições válidas e construtivas de um  ou de outro lado.
Porque eu, como muitos milhares, tenho que VIVER...e neste momento, apenas e mal, SOBREVIVO!
Voltando Às manifestações de ontem em Lisboa, e pelo que nos foi facultado via TV, devo dizer, mais uma vez, que não aceito o uso de forças excessivas por parte das autoridades, assim como não encontro razões para que os manifestantes extravasem o previsto, os seus protestos, a não ser, que grupos externos aos mesmos desencadeiem tais atos. Também não me parece que uma "ocupação" pacífica (se foi o caso) das escadarias da «Casa da Democracia» devesse originar atuação tão enérgica das forças policiais. Mas, como não sabemos nós os que vivem a muitos e ainda intermináveis quilómetros da capital, o que realmente se passou, fico por aqui nesta apreciação.
Não aceito que alguns,mesmo que poucos, queira fazer das escadarias do Parlamento, um "Parque de Campismo".
Não aceito e ponto final!
Mas posso entender o sentido geral da tanta indignação. Posso entender que muitos se sintam completamente defraudados e impotentes. Consigo entender que as palavras  e atitudes do atual PM sejam hoje vistas como um mar de contradições e incongruências. Que a sua impreparação para tão importante e controverso lugar, seja hoje mais do que evidente. Consigo entender e compreender que as muitas classes profissionais, mesmo as mais privilegiadas, possam hoje sentir-se vilipendiadas. Mas nada, nada pode justificar excessos ou incitamentos à desordem pública.
Luta-se, protesta-se hoje, contra as mais recentes medidas de austeridade. Contra o aumento a custo zero da carga horária, baseada no pressuposto que isso irá aumentar a produtividade; contra o fim (que se adivinha eterno) dos subsídios de Natal e Férias - embora sobre o assunto tenha uma opinião que pode chocar, por ora, com a da maioria - mas que irei apresentar em breve; contra o congelamento de pensões (sobretudo as mais baixas; contra a abertura mais que evidente da porta para a criação do IVA à taxa  máxima de 25 % (que é a maior permitida na UE); contra, numa palavra, a estagnação total e completa da economia nacional.
Referi há dias num comentário, perguntei mesmo, quantos se lembram do tempo em que eram pagos juros de 32% à imigração... de quantos, residentes, enriqueceram à custa do esquema tão simples que era pôr o seu dinheiro a render na conta de um familiar emigrante... tão fácil que era! Tantos foram os que saíram de uma aparente miséria? Condená-los...nada disso! Louvar a sua inteligência? Sim... a mesma que era tida como atrasada e desprovida de ambição. E porque não falarmos dos, então, regressados das colónias... Do IARNE, esse mal fado e pioneiro Instituto de Reincerssão, que mais não fez do que tentar apagar e colmatar as injustiças cometidas e gerar, ao tempo, uma onda de contestação nacional ? Pois é...já ninguém fala nisso, já não interessa, já não importa, muita gente, mesmo muita lucrou com isso... é passado!
Mas será que ainda se lembram dos anos em que isso ocorreu? Será que ainda se lembram que foi por essa altura, mais ou menos, que o FMI entrou nas nossa vidas pela primeira vez?...
A palavra CRISE, tem acompanhado a nossa existência desde sempre. E se Crise pode ser sinónimo de oportunidade, para aos que dela possa beneficiar, quantos são os que, dia após dia, têm de operar autênticos milagres na luta pela sobrevivência?
Eis que entra então em jogo, a outra face da moeda...

publicado por João Ricardo Lopes | Sexta-feira, 14 Outubro , 2011, 21:47

Acordar deveria ser para qualquer cidadão um ato de alegria, de regozijo por alcançar um novo dia.

Acordar deveria ser para qualquer cidadão o ter direito a, no mínimo, por em prática planos traçados mesmo que apenas no dia anterior. O poder concluir tarefas inacabadas.
Acordar deveria ser para qualquer cidadão, o poder executar sem receios ou sobressaltos, o movimento para a frente do marcador da vida

Mas não é assim ! Nada pode ser tido como certo!

O momento difícil que atravessamos, e que tem a sua Génesis muito para além dos últimos dez anos, faz com que o acordar não seja mais do que um conjunto desesperante de dúvidas, incertezas, indagações, sobressaltos... Que o dia, mesmo de Sol aberto e Céu Azul e resplandecente, se transforme num dia Soturno, com o Céu carregado de nuvens pesadas e escuras. Tão escuras, que se duvida mesmo se não haverá um acordo entre Sol e Nuvens para a repartição do espaço.
Está cada vez mais complicado, direi mesmo impossível,que uma família dita "normal" consiga, hoje em dia, estabelecer com a mínima fiabilidade planos para executar os seu já magros orçamentos. Nisso, sem que sirva de escusa, aproximam-se do sector governativo. Aproximam-se, por que também estes ( para mal geral) não conseguem estabelecer e cumprir metas orçamentais.
Para uma família dita "normal", a gestão orçamental limita-se aquilo que sabem ser, dia após dia, mês após mês, a sua fonte de rendimentos. Sem engenharias financeiras, Sem possibilidade de recurso a receitas extra ordinárias. Sem ter ninguém a quem sobre carregar com impostos ou outros "malabarismos". Apenas lhes é permitido, exigido, que assumam os seus compromissos fiscais, patrimoniais, financeiros, da vida quotidiana.
Numa simples e directa palavra...PAGAR!

O Estado ( que se diz sermos todos nós),esse monstro voraz que tudo controla. Esse papão que assusta e amedronta sem o mínimo rebate de consciência. Essa figura descontrolada e incontrolável, que sabe ter no cidadão a fonte necessária e sem meios de fuga, para ressarcir os seus devaneios e incongruências.
Se por ventura, por um esgotar definitivo da capacidade de sofrimento, o cidadão a quem tem tanto é exigido se revolta, logo vêem as pressões e repressões, psicológicas e físicas. Logo lhes são imputadas todas as responsabilidades.

Bom seria que todos assumissem a quota parte da culpa.
Que em conjunto, encontrassem o caminho certo. Difícil, doloroso, mas capaz de criar perspectivas e expectativas para para um futuro digno e risonho para todos.
Que pudessem, em conjunto, propiciar a que o ACORDAR deixe de ser um TORMENTO  e se transforme definitivamente em PRAZER!

(Nota : Este texto foi escrito ontem de manhã. muito antes do anúncio das novas e drásticas medidas de austeridade para o ano de 2012 ) 

publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 12 Outubro , 2011, 23:19
Os "senhores" do nosso Governo, ou são mesmo BURROS ou disfarçam muito bem.Apresentam-se propostas, pistas, sobre o que será o orçamento de estado para 2012.Continuam na linha do "conta-gotismo" irritante e há muito despropositado e descontinuado. Continua na linha dos Governos que crêem, como se mais nada no mundo importe, que a única forma de corrigir os ERROS COMETIDOS é  ROUBAR A VIDA DOS CIDADÃOS.
Sim...porque é disso que se trata!

Publiquei ontem um artigo sobre este assunto e certamente voltarei a publicar. Tenho pena que ninguém dê ouvidos aos meus e outros escritos semelhantes.
Mas estamos em Portugal... não posso esquecer isso!

publicado por João Ricardo Lopes | Terça-feira, 11 Outubro , 2011, 23:26

Passado o acto eleitoral na Madeira, e arrefecida, em parte, dissecar das sua consequências, apetece-me "brincar" um pouco a situação.
Ficou claro pelos resultados que o Dr. Alberto João Jardim viu fugir-lhe o chão de baixo dos pés.Ficou claro que, a sua base de apoio já não é a mesma, pese embora o prémio recebido - Uma Maioria Parlamentar -  porque o sistema eleitoral vigente continua a ser injusto e isso em nada ajuda à diversificação política.
Existem, como sempre existiram, dois PSD's. O de Lisboa, nacional e altamente dividido internamente, e o da Madeira, uno e indivisível, pelo menos até agora. A tomada de posição de Pedro Passos Coelho, líder do PSD nacional e o seu afastamento,claro e inequívoco, face aos últimos acontecimento na economia do arquipélago, foram um aviso forte ao PSD Madeira. Resultou, mesmo que muitos não o queiram admitir, numa clara retirada de confiança política em AJJ. E não fora a proximidade do acto eleitoral, teria ido ainda mais longe. Teria gerado uma forte e imparável onda pró substituição dos órgão dirigentes do PSD Madeira.
Passos Coelho, preferiu no entanto deixar aos Madeirenses o poder de decisão. Excluiu-se, fugiu ao ónus de ser recordado como o "destruidor"! Preferiu, e bem, que o "povo" social democrata da Madeira, utilizasse as armas que tinha em mãos para infligir o castigo que AJJ merecia. E isso aconteceu! Para o Dr. Alberto João, a monumental perda de votos será difícil de digerir, difícil de aceitar e, o pior de tudo, difícil de gerir. As entrelinhas dos comentários na noite eleitoral eram claras. Alberto João - único responsável - !
 Mas essa tendência é, quanto a mim, falaciosa. Responsável, sim, mas não o único. Onde estão agora aqueles que ao longo dos anos ( falo dos vários dirigentes do PSD e não só) sempre pactuaram com os desmandos e as injúrias de AJJ? Onde estão agora, os que com Ele sempre dominaram a vida económica, financeira e social na Madeira? Onde e porquê se escondem, agora que tudo o que de podre fizeram começa a vir ao de cima, à luz do dia?
Não me vou alongar naquilo que foi a prestação dos restantes partidos (CDS e PS) excluídos.
Os chamados pequenos transformaram-se em grandes. Conseguiram por mérito uns e por demérito outros, obstaculizar a concentração de votos no PSD de AJJ.
Já o PS, foi mais uma vez vítima de si próprio.e da sua eterna vaidade. Apresentou um candidato desconhecido, sem prestígio nem carisma. Que recebeu visibilidade apenas e só porque o "BURACO" financeiro trouxe a Madeira e a sua campanha eleitoral para a comunicação social de modo nunca visto. Não fez bem os trabalhos e casa. Não soube, não quis ou não pode, jogar com uma situação que, convenhamos, era do seu conhecimento. Se não total, ao menos parcialmente...
Já o CDS, na linha de  um trabalho continuado e exigente de investigação e até reimplantação, logrou os seus intentos e pontuou no terreno dos seu dois principais adversários. Ainda bem, por um lado, que o PSD de AJJ logrou uma maioria parlamentar. Correríamos o risco de vermos reeditada na Madeira, uma coligação pós eleitoral entre os mesmos protagonistas do Governo da República desde que, AJJ saísse de cena.
Alberto João Jardim já não dispões da força de anos. Tem pela frente um dura e complicada tarefa nas negociações com o Governo central para a ajuda financeira e para a sua implementação. A pressão será enorme mas, o "animal político" terá sempre forma de contornar as dificuldades que lhe surgirem no caminho
 e, mais uma vez..sair por cima.
Desenganem-se os que pensam o contrário!


publicado por João Ricardo Lopes | Terça-feira, 11 Outubro , 2011, 22:30

- Pedro Passos Coelho, Primeiro Ministro de Portugal, repetiu em Varsóvia -Polónia (o que já tinha dito na entrevista televisiva) que não é de excluir a hipótese de que seja necessário mais um resgate financeiro se a queda da Grécia (que está mais que eminente) se verificar.

- Ângela Merkel, disse ONTEM (se não me engano) que Portugal recuperou credibilidade nos mercados internacionais e que a Itália, deveria ver o nosso trabalho e seguir o nosso exemplo.
- Cavaco Silva, Presidente da República, disse HOJE no seu discurso das celebrações do 101º aniversário da implantação da República, que «o tempo das ilusões já lá vai» « teremos os maiores sacrifícios de sempre» « se não houver recuperação económica, outra ajuda poderá ser necessária»  entre outras explicações, avisos e lamentos.
Quem segue os meus comentários, sabe que o espaço político em que me revejo toca em alguns pontos com o do atual Governo, pese embora não concordar, desde o início, com a composição do mesmo. Mas é preciso reconhecer que o peso e a falta de recursos deixado pelo anterior (des) Governo, são de molde a não facilitar em nada a tarefa governativa e ou criar bases para uma recuperação tão rápida quanto possível e desejável. Daí que, o admitir a possibilidade de um novo pedido de ajuda,(que não se deseja de todo) só vem demonstrar que os 78 mil milhões já acordados eram insuficientes. Talvez que mesmo os 105 mil milhões inicialmente falados não o fossem.
Da Senhora Ângela Merkel, já nada me espanta.
Foi essa mesma Senhora, que disse há não muito tempo, que Portugal e os Portugueses, eram pouco produtivos. Que tinham féria a mais. Numa palavra, que eram PREGUIÇOSOS!
Quem tem o cuidado de seguir, mesmo sem grande conhecimento,vida da economia internacional, sabe que o Estado Alemão é hoje um dos maiores investidores do espaço Europeu. Que tem interesses poderosíssimos em muitos países, nos quais os da chamada "periferia"  estão incluídos. Que ainda não deixaram cair a Grécia, porque isso poderia deitar por terra toda a estratégia económico/financeira da Alemanha e, pior ainda, poria a nu todas as suas fragilidades. Há dias, surgiu um artigo de um economista Alemão (não recordo o nome) em que se mencionava e eventual existência de um buraco de mais de 5 biliões de euros nas contas Germânicas. Será verdade? Estou em crer que sim. Se assim não fosse, todas as tentativas em "segurar" a economia Grega, não teriam razão de ser.
Mas veio a Senhora Chanceler dizer que Portugal deveria servir de exemplo para a Itália no que toca a aplicação de medidas estruturais e de organização financeira.E que Portugal recuperou já credibilidade nos mercados internacionais. Ao que sei, e julgo saber alguma coisa, A Irlanda está acrescer1% e vai crescer 1% no próximo ano, coisa que Portugal não conseguirá, e que paga hoje em dia juros muito mais baixos do que a Portugal. Por isso, apetece-me dizer que ter o ego cheio, não e´de todo igual a ter a carteira e os cofres cheios. 
A Senhora Merkel que se lembre de uma coisa importante: A Alemanha foi culpada da maior catástrofe humanitária do mundo - 2º guerra mundial - A Alemanha, já viu enormes dívidas suas perdoadas - parcial e totalmente. Vem agora sugerir,direi mesmo ordenar, que os bancos europeus reforcem os seus capitais. Estarei errado se lembrar que foram os bancos alemães que tanto dinheiro emprestaram à banca europeia, Portugal incluído?
Passo agora ao Presidente Cavaco Silva.
Tenho sido crítico da sua actuação ao longo dos tempos (mandatos) e anda não encontro muitos motivos ou atitudes que me façam mudar de ideias. Reconheço, contudo,  que foram muitos os avisos que fez sobre a situação do País, mas nunca o vi AGIR com intencionalidade e com sentido orientador e pedagógico. Mesmo quando o pedido e ajuda era mais que evidente, nunca vi o Senhor Presidente ter uma postura dura e exigente. Poder-me-ão dizer que não são essas as suas competências. Tudo bem! Mas como principal figura da Nação, alguma coisa teria descoberto sem que ferisse a Constituição que tanto proclama e que lhe permitisse agir de outra forma. A realização de eleições antecipadas, é disso exemplo.
Mas, apesar de tanta incongruência, faz bem em renovar apelos. Faz bem em pedir contenção. Faz bem em alertar para o difícil tempo que nos espera. Pelo menos isso...faz bem. O que não aceito, é que tenha concepções diferentes e tratamentos desiguais perante situações melindrosas. Que se ponha em bicos de pé contra os Açores na questão dos cortes salariais ou do estatuto autonómico, e assobie para o lado quanto aos desmandos do Governo Regional da Madeira. Que não tenha tido uma palavra enérgica, no dia de hoje, contra os fatos recentemente tornados públicos. se é certo que poderia ser interpretado com estando a imiscuir-se na campanha eleitoral madeirense, também o é pelo fato de que o seu silêncio seja entendido como tendo dado o beneplácito . Quase passado a mão na cabeça do desgovernado e impoluto Alberto João Jardim.

publicado por João Ricardo Lopes | Terça-feira, 11 Outubro , 2011, 22:28

No passado dia 1 de Outubro, entraram em vigor as novas tarifas de Gás e Electricidade.

A situação que já de si não era muito favorável, tende a tornar-se ainda pior. Para muitos, o verdadeiro impacto chegará dentro de mais ou menos dois meses, já que é este o tempo que normalmente medeia o espaço entre facturas.
Mas as metas acordadas com a Troika para o cumprimento do deficit (5.9%) no final deste ano, torna-se cada vez mais inexequível. Transforma-se a passos largos numa miragem ... O Governo terá já decidido, se dúvidas houvesse, que o IVA praticado na restauração passa dos actuais 13% para 23%. Será, certamente um dos golpes mais duros na nossa já depauperada economia. O sector poderá entrar numa espiral descontrolada.O aumento do IVA, levará a um sem número de falências, desemprego, baixa de produção. E se não bastasse, essa é a deve ser a última barreira a transpor, para que as portas fiquem abertas de par em par par o aumento da taxa máxima para os 25%. Valor que, como muitos sabem, não pode ser ultrapassado por ser já o considerado limite no espaço Europeu.
Mas , como diz o povo, uma desgraça nunca vem só. Eis que hoje ficámos a saber que  a execução orçamental derrapou , mais uma vez, no terceiro trimestre. Fica agora claro, como referi anteriormente, a dificuldade que o Governo tem  no cumprimento das metas acordadas. Não serão de todo alcançadas, a não ser que sejam criadas novas medidas extraordinárias , que nada resolvem, apenas adiam... Com a implementação de novos impostos, sejam eles directos ou indirectos. Sobre o consumo ou sobre transacções comerciais, enfim... mais e maior austeridade.
E para os que pensam que esses sacrifícios serão suficientes, desenganem-se. Não serão e a incomensurável visão positiva do Ministro Victor Gaspar, não será mais do que um sonho de adolescente; de quem acredita que tudo se resolve com palavras vãs! 
A austeridade que nos oprime, controla e pressiona o crescimento da economia...de qualquer economia.
lembram-se, certamente, do tempo em que os nossos emigrantes eram presentados com taxas de juro de 32% nos seus depósitos. Lembram-se, certamente, de que nessa mesma altura, muitos familiares entregaram somas enormes aos seus familiares, no sentido de que esses valores pudessem render quatro ou mais vezes. Nessa altura o dinheiro estava como agora, parado. O desenvolvimento económico estagnado.
Mas, os "senhores" do dinheiro, os grandes "pensadores" das estratégias económico / financeiras, não pensam assim. Julgam que o acumular de depósitos nos bancos, que o restringir o acesso ao crédito, que o aumentar , ainda que pouco, os juros pagos pela banca nos depósitos, poderá conduzir a uma inversão da situação.
NADA MAIS ERRADO!
Criar novos hábitos de poupança, é bom. Redimensionar o acesso ao crédito e não continuar pelo caminho de tudo emprestar a quem não oferece garantias, é correcto. Mas bloquear, espremer, desencorajar, subtrair...nada disso trará bons augúrios.
Se, como disse já imensas vezes, a verdade tivesse sido dita. Se, como disse já imensas vezes, os portugueses tivesse tido conhecimento do que se passava, de tudo o que poderia e deveria ter sido feito atempadamente, seguramente que não estaríamos nesta situação horrível. E mesmo que, por força da conjuntura internacional, as coisas não estivessem fáceis, muito provavelmente viveríamos uma folga orçamental de enorme importância.
MAS NÃO!
Os sucessivos governo e governantes fecharam os olhos à  realidade. Assobiaram para o lado e preferiram confiar na protecção dos Deuses da finança. Olharam para o seu benefício em detrimento do bem comum.
Como sempre fazem, os anteriores e actual Governo, limitam-se ao papel de "alunos" aplicados e bem comportados. Tudo o resto fica para segundo, terceiro ou seja qual seja o plano, desde que seja distante!
Mas, apesar de tudo, de todas as contrariedades, acredito nestes País. Neste povo que sofre, que se desespera,.Mas que luta, que teima em não desistir.
É esse o Portugal que conquistou e dominou o mundo.
É esse o Portugal em que acredito! 

publicado por João Ricardo Lopes | Sexta-feira, 07 Outubro , 2011, 21:49

Está a chegar ao fim a campanha eleitoral na Região autónoma da Madeira.

Está a chegar ao fim uma campanha sem sabor (mais uma), sem política mas cheia de tricas e trocas.

Pautada pela ineficácia dos partidos da oposição ( sobretudo do PS) e pela bossalidade do líder governativo e partidário.
É pena que o povo Madeirense, a exemplo dos políticos do Continente, não consigam dar a Alberto João Jardim, a devida penalização pelos desmandos cometidos na região.

É pena, que o medo que graça pela Ilha, não possa traduzir-se nas urnas como deveria.
Alberto João Jardim, poderá não alcançar a maioria... mais uma. Muito por força da poderosa máquina montada pelas estruturas social-democratas. mas, não se pense que um homem como o líder regional madeirense, se deixe vencer por campanhas que apenas visaram denegrir a sua imagem. Não se pense, e sobretudo não se esqueça, que tudo o que foi dito nos últimos tempos, não tenha o dedo do PSD Nacional. è sabido que Passos Coelho e Jardim, não morrem de amores um pelo outro. Quem não se lembra do Congresso do PSD...
Maioritária ou não, a vitória parece segura e nada poderá modificar isso.

Nem as sondagens, sempre, tendenciosas de algumas empresas da área, Se numa delas o CDS, por exemplo, surge com 16% (sondagem RTP), outras há (SIC por exemplo) que dão ao mesmo partido apenas e só, uns míseros 10%.
Mas, as sondagens valem o que valem e, por norma, cometem erros.

Não se pode, de modo algum, desculpabilizar o sucedido com as contas regionais. Não se pode, esperar que  tudo mude apenas e só, porque as sondagens assim o dizem.
Portugal atravessou já vários períodos eleitorais e, isso, nem sempre sucedeu.
Seja como for,tenha Alberto João Jardim o resultado que tiver, de uma coisa não nos livraremos... Na Madeira (os turistas comprovam-no) muito de bom foi feito. Como foram ou não pagas (o que foi), A Madeira, naquilo que tem de mais visível, CRESCEU! Desenvolveu competências. Desenvolveu e desenvolveu-se em simultâneo.
Oxalá todas as sondagens se enganem e que possamos comentar, alegremente, a mudança !
!

publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 05 Outubro , 2011, 09:53
 
Entre as muitas incertezas da vida, a que mais frequente e constantemente nos assola, é sabermos como será o amanhã... o dia seguinte!
Se para alguns essa incessante busca, essa vontade doentia de saber o futuro quase domina as suas existências, outras há que a isso não dão qualquer importância.
Para mim, esse não é um assunto que deva destruir neurónios nem ofuscar a minha vida quotidiana. Para mim, viver um dia de cada vez tornou-se tão necessário como respirar. É claro que alguma previsão deve ser feita. mas não em demasia. Não com prazos dilatados nos tempo. Até porque, nos dias que correm, o certo torna-se incerto com a maior das facilidades.
Vem essa dissertação, a propósito de tudo quanto se passa na vida social portuguesa. Da dificuldade que o cidadão comum, sim porque existe essa diferenciação, em organizar a sua vida em relação aos mais afortunados da sociedade. Vai sendo cada vez mais difícil, e tende a piorar, saber se o amanhecer seguinte será de Sol ou carregado de Nuvens. saber se um simples regresso de férias, não se transformará num pesadelo constante.
Empresas com anos de laboração, muitas delas até bem geridas, (porque das outras...) vêm-se forçadas a encerrar portas e despedir colaboradores, porque o momento comercial é incomportável. Famílias que se vêm de um momento para o outro(mesmo as mais organizadas) reféns de uma situação que não criaram.
A incerteza no futuro é, cada vez mais, um dilema social. A contestação que graça em muitos sectores está, qual copo de água, quase a transbordar. O receio, cada vez mais fundado, de uma convulsão social generalizada, cresce a cada dia.
E tudo isso, fruto de uma orientação económica selvagem e muitas vezes irracional. Fruto da ganância exacerbada e sem o menor sentimento pelo seu semelhante. Tudo fruto de uma globalização que para alguns é um bem, mas para muitos um martírio  

mais sobre mim
Outubro 2011
D
S
T
Q
Q
S
S

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
13
15

17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
28
29

30
31


pesquisar neste blog
 
blogs SAPO
subscrever feeds