Visão global e pessoal, sobre temas da actualidade Nacional.
publicado por João Ricardo Lopes | Terça-feira, 22 Novembro , 2011, 23:28

Não gosto muito de ser repetitivo, do género políticos desorientados, e dizer todos os dias o mesmo. No entanto, a contínua movimentação noticiosa que assistimos diariamente, leva-me para essas paragens.


Ver e ouvir figuras  de peso na vida portuguesa criticarem hoje o que há não muito tempo  defendiam, gera nas mentes mais distraídas alguma confusão. É claro que as estratégias politico/partidárias assim exigem. Que as derrotas sofridas enquanto peças de uma engrenagem gasta e sem a consequente e necessária lubrificação, levam a que se tomem posições públicas que dão jeito...porque salvaguardam o futuro imediato.
Foi o que vi hoje nas declarações de Drª Ferreira Leite.

Enquanto Ministra das finanças e líder do PSD, defendeu o que hoje critica. Aumentou a carga final que hoje contesta. E tudo isso em nome de quê ou de quem? Da facção do PSD que detesta o líder que elegeu? Dos "barões" de um partido feudal? Transportando e reproduzindo palavras que o PR não pode ou não quer dizer publicamente?  Não me parece congruente e consequente.

O mesmo se passa no PS. Um partido que tem no seu líder aquilo que na vulgaridade se chama "carne para canhão"! Um líder que quando pode não teve coragem para agir, contrapor e intervir, mas que mantém em lugares chave elementos ligados à anterior liderança "Socrática". Um líder que acusa, em alguns casos corretamente, o Governo de incompetente e mal preparado, mas que esquece de olhar para dentro. Para a sua própria impreparação. 
E fica ainda mais difícil entender certas tomadas de posição de uma oposição desconexa e sem objetivo maior. Que apenas pretendem criar alarido e promover a desconfiança e o descontentamento. Porquê? Simples! Porque isso faz bem às sondagens! Satisfaz-lhes o ego...

É claro que estamos mal. É claro que as medidas são penosas, gravosas e de difícil assentimento...  Mas não seria, mesmo assim hora de darmos uma imagem de união? De juntar esforços? De promover consensos?

Não estou , como muitos, de  acordo com muitas das medidas apresentadas. Não acho que os sacrifícios estejam repartidos de forma igual na sociedade, nem que seja paralisando a economia com uma sobrecarga de impostos e com uma austeridade cega, que a penas tem como missão e função o cumprimento de metas irrealistas e inexiquíveis para agrado dos mercados e dos "senhores" do poder Europeu.. Mas também não vejo que constantes "arruadas e "arruaças" sirvam para levantar o País. Estarei também a ser incongruente? Talvez ... mas tendo por base a realidade que vivo e assisto diariamente e que, infelizmente, os nosso políticos e Governantes teimam em não querer ver.

Estamos a menos de 48 horas de uma greve geral que, de acordo com os seus proponentes, visa a contestação ao Orçamento de Estado para 2012 ainda em discussão na especialidade. Servirá essa manifestação, legítima, pois que consagrada Constitucionalmente, para mudar alguma coisa? Não! Servirá essa manifestação, legítima, porque é um direito, para obrigar a uma maior e melhor repartição dos sacrifícios pedidos? Não!  Um dia, 24 horas, servirão de mote para que o Governo e oposição se deixem de birras e façam aquilo para que foram mandatados: trabalhar em prol das populações e não em benefício próprio? Não creio. Apenas contribuirão para um ainda maior agravamento de dificuldades do País e das populações. 

Ficam por isso varias perguntas:

Até onde nos querem levar? Até onde e quando poderemos aguentar? Até quando o "povo dos brandos costumes" vai ficar parado e caldo? Até quando se conseguirá esconder a fome, as dívidas, as penhoras, as doenças psíquicas e tantas outras maleitas e dilemas?

Que seja dada a voz a quem tem ideias válidas e que estas sejam efetivamente analisadas e aproveitadas. Que deixem as nossa televisões e rádios de chamar sempre os mesmos comentadores. De no impingirem sempre as mesmas ideias e opiniões.
Utilizem-se as redes sociais, tão em moda, para mais do que simples partilhas musicais ou frases de circunstância.
sejamos todos cidadão de corpo inteiro e não apenas de corpo presente!                                                 

publicado por João Ricardo Lopes | Domingo, 20 Novembro , 2011, 17:46

A última semana trouxe uma nova visão da atividade do Governo, sobretudo para os que estão menos atentos às manobras da política.


Torna-se cada vez mais evidente, já o era a tempo da candidatura de Passos Coelho à liderança do PSD, que Miguel Relvas assume-se cada vez mais como o "manager" do Governo. O Ministro que detém poder e influência em todos Ministérios e sobre todas as pastas. O mais que braço direito de Passos Coelho, pois que representa já mais do que isso.

A Miguel Relvas, ficou destinada a tarefa do "odioso" . Das tomadas de posição públicas menos agradáveis e de maior controvérsia. Chamou a si, o estatuto de super Ministro, mesmo sem que este lhe tenha sido oficialmente outorgado.

Com a cumplicidade silenciosa dos seu colegas de Governo, em especial do Primeiro Ministro, Miguel Relvas  age como se da gestão de uma coutada se tratasse. Até lhe podemos atribuir uma certa dose de conhecimento geral em todo as as matérias. mas, já diz o Povo: «quem muitos burros toca!».

O recente caso da RTP e da comissão de que promoveu os estudos e forneceu indicações para a sua reestruturação, é disso mostra. A escolha criteriosa por parte do Ministro Relvas, de pessoas que, não obstantes as suas capacidades e qualidades nas áreas profissionais em que se movem, deixam muito a desejar no que toca à comunicação social e à Rádio e Televisão em particular, apenas visaram que o resultado do relatório não fosse mais do que um descarregar de consciência... Afinal, a decisão sobre o que fazer, já está há muito tomada por Miguel Relvas. E conta, obviamente, com o beneplácito de quem menos se quer envolver nas questões mais melindrosas...Pedro Passos Coelho!

Consagrou-se a ideia de que o serviço público de televisão não pode continuar tal como está. Despesista, desproporcionado, mal organizado, tendencioso, controlado, entre outras adjetivações. Talvez seja, em parte
(uma boa parte) verdade. Urge disciplinar contas e orçamentos. Não apenas neste setor, mas em todos os setores de atividade. Não posso e não consigo entender,é o que significado no relatório um canal público sem publicidade. Se até aqui já nos custava muito, custará ainda mais. Eliminar os canais  regionais, - Madeira e Açores - seria o mesmo que votar estas regiões ao isolamento. Não me parece que os habitantes das ilhas tenham todos, como não têm os continentais, acesso a TV por cabo. Reduzir o tempo de emissão dos telejornais, até me parece uma ideia útil. Já não o é o que se refere ao tempo de emissão dos jornais radiofónicos. Espaços que, por norma, não ultrapassam os 15 minutos e apenas se as notícias assim o ditam.

Mas outra áreas há, em que o Ministro Relvas assume uma notória posição de destaque. Em todos os dossiers que se referem a privatizações, a "marca" Miguel Relvas surge sempre em relevo...

Temos um Governo. Temos um Primeiro Ministro. Temos um grupo de Ministros. E... será sorte? Temos Miguel Relvas!

publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 16 Novembro , 2011, 20:54

A comissão de averiguação da Troika que esteve nas duas últimas semanas em Portugal apresentou hoje as suas conclusões.


Entre os "elogios" atribuídos ao desempenho e às medidas que o Governo tomou, levaram a que fosse anunciado o libertar de mais uma tranche de 8 Mil Milhões de Euros a serem disponibilizados entre Dezembro e Janeiro.
Se podemos ver nesse anúncio uma boa notícia, pois que, segundo a Troika, está bem encaminhada a recuperação da economia portuguesa, não deixam no entanto de ser preocupantes os avisos e os "conselhos" e "recados" dados.

A ideia transmitida de que seria aconselhável que também o setor privado promova a redução de salários aos seus colaboradores, do mesmo modo ocorrido na função pública, é deveras preocupante. Vejo que, e como sempre, o que nos é dado por um lado, com uma mão, é-nos retirado, usurpado de todas as formas e meios.
É dito pela Troika, que é possível um aumento do financiamento e o alargamento do prazo para pagamento por parte do Estado, mas as contrapartidas são absolutamente absurdas, para não dizer abjectas.

Todos sabemos que o que foi negociado com FMI, BCE e UE, era inexequível. Que os juros a pagar eram incomportáveis. Que Portugal  muito difícil e tardiamente conseguiria reverter a atual situação. E nem os inúmeros devaneios Ministeriais conseguiram suprir. A venda de ilusões continua!

É duro, muito duro, ouvir que se possa dar ao setor empregador, às Entidades Patronais, o livre arbítrio. O poder de decidir unilateralmente como, quando e quanto será a redução salarial. E mesmo que esta ande dentro do valor de 5%, que foi feito na função pública, este é um valor que, a somar aos já muito tributado cidadão, poderá ( se as minhas contas estão certas) rondar os 50% efetivos. Basta somar tudo. Aumentos de electricidade, gás, água, transportes... redução nos abatimentos do IRS, nas comparticipações em medicamentos e taxas moderadoras. E vêm agora os nosso credores, incentivar mais uma espoliação ao cidadão contribuinte sem que, da parte do Governo, haja um único comentário em sentido contrário.

É triste, muito triste!

Ao longo da vida, que já leva uns anos, habituei.me a passar por muitos momentos bons e outros menos bons e alguns mesmo para esquecer de todo. Sou mais um dos muitos milhões que passaram e passam pelo mesmo.

Ao longo da vida, tenho visto sempre os menos afortunados, os mais necessitados, os que apenas vivem ( sobrevivem) com o fruto da sua labuta diária, sem que possam, no seu dia-a-dia, ter devaneios e extravagâncias. Mesmo no tempo em que a ilusória abundância o permitia.

Ao longo da vida, tenho assistido à constante degradação das condições de vida de muita gente.Quer à minha volta, amigos ou conhecidos, ou por todo o País entre gente anónima.
As notícias que nos chegam, que entram casa a dentro, raramente são notícias que transmitam esperança, Pelo contrário, são cada vez mais assustadoras, aterradoras.

Portugal, por força das dificuldades que atravessa, deveria ter nos seus Governantes os primeiros defensores de uma população em sofrimento... não toda, sei bem, mas numa larguíssima maioria. Mas não tem. Em minha opinião, os Governantes apenas se preocupam em ser bons alunos na Escola Europeia. O pior, é que que para além de bom aluno, Portugal é também bom vassalo!


publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 09 Novembro , 2011, 11:50

Sílvio Berlusconi anunciou que pedirá a demissão do cargo de primeiro ministro depois de ver aprovadas as medidas de austeridade impostas pela UE.


Berlusconi não resistiu aos quase 7% de juros cobrados. Coisa que em Portugal uns quantos ignoraram e o resultado é o que se sabe.

O PM Italiano, sofreu hoje uma grande humilhação no parlamento, ao ver chumbadas as contas de 2010 e a perda da maioria que detinha, tendo visto os seus próprios apoiantes virarem-lhe as costas.

Há muito que se fala de uma crise financeira interna naquele que é considerado como a 8ª economia do mundo. Há muito se sabe que, também por lá, os jogos  de poder, as contas mal feitas, a economia mal gerida. A Itália, tem uma dívida de 120% do PIB ( 2 biliões de euros), muito superior àquilo que Grécia, Portugal, Irlanda têm com dívidas soberanas. E, por ser a Itália uma das grandes potências da economia europeia ( 4º agora...já foi 3º) e mundial, o caso torna-se ainda mais preocupante.

Para quem siga ou tenha um pouco mais de interesse pelas questões económico/financeiras, fica claro que a queda da Itália irá, essa sim, criar uma enorme onda de pânico. O "regozijo" pelo anúncio de Sílvio Berlusconi verificado em Wall Street  não passa de um entusiasmo momentâneo. De género igual ao ocorrido por altura do anuncio das resoluções da última cimeira europeia.

A barreira psicológica dos 7%, fez cair , um a um, os governos dos chamados países periféricos. Nenhum resistiu...nenhum poderá resistir. Já hoje, este fato se verificou. O anúncio da demissão do PM Italiano, terá certamente dois caminhos: 1º - A sua saída poderá dar nova perspectiva de segurança aos mercados sobre o que possa ou não fazer um novo governo. O 2º - Recear a incerteza de cumprimento das medidas ora indicadas pela UE para serem postas em prática, e a consequente instabilidade e imprevisibilidade que uma consulta eleitoral possa trazer. A voracidade dos mercados ameaçou Espanha, que por artes mágicas deixou de ser falada e mesmo pressionada. Tomou providências? Soube agir? Zapatero teve a lucidez necessária para  anunciar eleições e afastar-se da política, mostrando com esse gesto um desapego ao poder e demonstrando aquilo que um político deve ser, ou seja, servir o país e não servir-se deles?

O mercado financeiro voltou-se agora para outro país do sul. Talvez que a ideia dos agentes financeiros seja essa. Desviar atenções. Concentrar olhares e estratégias, de modo a que os olhares vorazes dos mercados deixem ainda de fora do seu banquete países como França e Alemanha, onde já é notório algum desconforto e, quem sabe, alguma pressão financeira.

De uma coisa tenho quase certeza ( sendo a certeza uma miragem nos dias de hoje), não será a saída de cena de Sílvio Berlusconi que irá, por si só, resolver os problemas em Itália. Por muito controverso que seja ou tenha sido. Por muitos disparates e devaneios que cometa ou tenha cometido. Será apenas Berlusconi o único culpado?

publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 09 Novembro , 2011, 11:48

referendo 

(latim referendus, -a, -um, particípio passado de refero, referre, trazer ou levar de novo, remeter, dar, responder, relatar) 

s. m.
1. [Diplomacia]  Mensagem que um representante diplomático expede ao seu governo a pedir novas instruções.
2. [Política]  Direito que têm os cidadãos de se pronunciaremdirectamente sobre as grandes questões de interesse geral.
3. Votação em que se exerce esse direito. = PLEBISCITO

Sinónimo Geral: REFERÊNDUM


Escrevi ontem, achar ultrajante o referendo ora proposto pelo executivo Grego. Mantenho o que disse, embora queira deixar neste espaço uma justificação para tal afirmação.

Não considero de forma alguma um ultraje, que se dê a palavra ao POVO na ajuda, condução e decisão dos seus destinos.

O que não me parece leal por parte do executivo, pela voz do seu Primeiro Ministro, é que num momento em que todos os inimagináveis sacrifícios foram pedidos e impostos aos cidadãos gregos, venham agora, que tudo está quase definitivamente perdido, eximir-se de responsabilidades e deixar o ónus da última "estucada" nas mãos de uma população depauperada e espoliada daquilo que pode e deve ser considerado como o mais básico da existência humana. A segurança económica!

Ouço, ouvimos todos diariamente, os grandes pensadores da economia (nossa e dos outros) que tudo tem de ser reformulado. Que toda a estrutura económico/financeira tem de ser mudada. E se tendo a concordar com muitas dessa posições, porque nada pode continuar como até aqui, encontro por outro lado nessas mesmas afirmações uma falsidade atroz e deveras perigosa.

Veladamente, vai-se tornando voz corrente que, embora possa ser muito perigoso, não seria de todo descabido que o Euro, enquanto moeda, o fosse apenas e só como moeda de troca internacional e que os países da UE  regressassem às suas moedas de origem. Assumindo os riscos e nuances  daí inerentes, mas que poderiam trazer alguma clarificação, alguma paz social. Sinceramente, não sei se esse é ou será o caminho. Se essa é a forma correcta. Tudo o que hoje vivemos, todos, é fruto de um passado errático e de um mundo de ilusões criado e fomentado pelo "poder" económico. O rol de sofrimento e incertezas que vivemos, todos, advém de visões gananciosas e tendenciosas, apoiadas por uma fortíssima máquina promocional. Por uma sempre presente e acutilante incitação ao consumo, ao gasto exacerbado. Fosse ele particular ou público.

O caso Grego, embora se afirme o contrário, não difere infelizmente do Português, Irlandês ou outro. Toda a UE, em especial a zona de influência do Euro, está infecta de uma doença de cura difícil e de eventual convalescença prolongada... a soberba!

Não creio que assim seja. Mas ponderemos sobre a hipótese de o PM Grego ter razão. De que o POVO grego aceite permanecer no Euro e sofrer com mais medidas de austeridade, mas que podem trazer de novo para a ribalta mundial a sua economia ou sair dessa zona, agora desconfortável, e viver isolada e sem muitas perspectivas de sucesso.

Se a ideia do PM  grego tiver os resultados que se propôs alcançar, logo terá a apoia-lo uma legião de "inteligentes" e especialistas. Os mesmos que hoje, ferozmente, o condenam e atacam. É assim a natureza humana...

Até prova em contrário, e com a data de 4 de Dezembro como meta para a realização do plebiscito popular na Grécia, resta-nos renovar a esperança numa solução capaz de gerar sustentabilidade, promover crescimento económico, gerar empregabilidade e, muito importante, criar novamente uma almofada de conforto e estabilidade para milhares de famílias e empresas.

Porque só depois de satisfeitos estes pressupostos, poderemos encarar o futuro com um pouco mais de otimismo.

publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 09 Novembro , 2011, 11:47

É meu entendimento que, mais do que sabermos nas próximas horas, nos próximos dias, o resultado da consulta popular, deste ultrajante referendo ora proposto pelo executivo, importa aquilatar com grande atenção, o verdadeiro alcance de tal medida.

Surgem notícias, que gostaria de ver confirmadas, que a decisão do PM Grego, vem na sequência de conversa tida com a Chanceler Alemã, Ângela Merkel. A ser assim, a ser verdade, mais uma vez  se prova e comprova quem verdadeiramente manda (se dúvidas houvesse ) nos destinos Europeus.

Alguns analistas de renome, nacionais e estrangeiros (nos quais humildemente me incluo), evidenciaram o fato de a Europa estar a tento tempo a viver em paz. Num continente em que ao longo dos séculos, a beligerância era forma única de resolver problemas, louva-se e aplaude-se este desidrato. No entanto, nas últimas décadas, outras formas de "guerra" mais sofisticadas foram implementadas e os seu métodos apurados.

Em Portugal, se a memória não me atraiçoa, foi o Dr. Paulo Rangel o primeiro a ter chamado esse assunto a "terreiro". E não o fez, acredito, de ânimo leve.

Com efeito, todos os caminhos ora intentados, deixam perceber uma crescente desconfiança, um crescente desconforto perante as atitudes quase despóticas de Alemanha e França. É claro que um desfecho desta natureza, teria de ter como origem algo muito muito grave. Mas, a constante e cada vez mais acérrima luta dos POVOS dos vários países envolvidos nesta gigantesca teia que é  a crise económica, pode muito bem descambar numa rebelião generalizada e de consequências imprevisíveis.

Estamos pois, e por isso, diante do maior de todos os medos. Maior do que o desemprego que graça; da fome que ameaça; da descrença instalada; do desânimo efectivo.. Maior, porque a acontecer, teria uma repercussão espraiada por décadas!

Não se deseja ! Ninguém a quer...

O rastilho está, no entanto, aceso. Isso é mais do que evidente!

publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 09 Novembro , 2011, 11:45

Apetece-me citar o PR - Prof. Cavaco Silva ... «eu avisei!» .

Pois amigos. Eu também avisei, falei, relembrei... mas, a minha palavra é oca, é vã, é inútil.

Em conversas no meu círculo de amigo e conhecidos ( daqueles que se interessam por mais do que um simples copo), expliquei das minhas razões para , dos meus receios e daquilo que para mim é o ponto fulcral de toda esta confusão.

Na última cimeira Europeia, quiseram os 27 dar a impressão de coesão e de equilíbrio. Mas a imagem que passou não mais do que a de um grupo de líderes assustados, em pânico, independentemente da sua orientação política ou do tipo de governo de cada país da zona euro.

Também já disse, mais de uma vez, que é inconcebível, mesmo impossível que países como Alemanha e França ( por essa ordem ) possam alguma vez entender-se  e permitir o progresso económico dos países chamados periféricos. Combinam entre si. Fazem os seus arranjos e partilhas. Não concedem espaço ou tempo. Mas, também Eles, têm medo!

Eu também disse que, do "acordo conseguido" apenas uma entidade saia a rir, saia contente e feliz...o Governo  Grego ! O mesmo que despedaçou a economia grega e teve a arte e o engenho suficientes para enganar os "expert's" políticos e financeiros europeus.
O mesmo Governo, que a exemplo de outros e para exemplos posteriores, ajudou a construir e a destruir sonhos. O mesmo Governo que vem agora, depois de ilibado dos seus "crimes", propor que seja o POVO GREGO a decidir o futuro. Que seja o POVO GREGO a ficar com o ónus da desgraça.

Ser o POVO GREGO o responsabilizado por tudo que de mal virá... O mesmo POVO que já quase nada tem, o mesmo povo que está esmagado pelo peso de tanta  e tão dolorosa austeridade e a quem se dá agora que tudo está perdido, a inglória tarefa de decidir o futuro.

Pasmo em ver que os políticos e financeiros europeus, principalmente os nossos, arrepiam-se agora perante o chumbo eminente de mais medidas de austeridade.

Vejo o estampado nos rostos de cada um, o medo que os assola. Não sei se pela preocupação geral, ou se pelo incómodo particular.
Eu avisei, falei , relembrei... (dissertações XIV)

Afinal, o Leopardo atacou mesmo durante o sono da sua presa!

publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 09 Novembro , 2011, 11:43

O caso de homicídio que envolve, supostamente, o advogado (ex político) Duarte Lima tomou, como é hábito na nossa comunicação social, proporções de assunto nacional e quase único.

Se é certo que o mediatismo do acusado, a sua imagem pública, a ainda recente "vitória" obtida perante uma doença que lhe foi quase fatal, assim o determinaram.

Ouvi e li muita da informação disponibilizada à época dos fatos que agora perfazem dois anos. As mesmas ( ou quase ) que  foram exaustivamente recuperadas. Proporcionaram-me formar  uma opinião. A minha!
O caso do assassinato da Srª Rosalina (ex companheira do Sr. Feiteira) constitui um enredo digno de um filme. Fossem os dados já apurados, entregues a equipas de investigação criminal como as que proliferam por vários canais televisivos, e tudo estaria já esclarecido...bastariam 50 minutos!

Mas a vida não é ficção e, até prova em contrário, o Dr. Duarte Lima é INOCENTE e ponto final !

É mal para a imagem da advocacia portuguesa ? É!

É mal para as relações jurídicas luso / brasileiras ? Talvez ! 

Terá consequências reais, como prisão, condenação ? Não !

Estamos por isso perante um « show off » gigantesco. Um caso que vem mesmo a calhar...na altura certa. Que desvia atenções.
Não menosprezo o sucedido. A trágica morte ocorrida. Apenas penso, como muitos, que embora sendo notícia, não é de todo a que mais nos interessa. A que vai contribuir para a resolução dos problemas da vida de todos nós.

Deixe-se por isso à Justiça o que à Justiça pertence!

publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 09 Novembro , 2011, 11:39

Escrevi na passada 5ª feira, 27 de Outubro, que a euforia à volta do acordo alcançado na cimeira europeia, a eufórica recuperação dos mercados, o contentamento de muitos políticos e figuras da área financeira, eram pura ilusão. Ontem, 6ª feira (28 de Outubro) confirmei os meus piores receios.

Bastou um gesto simples. Bastou ligar e manter ligado o rádio. Tudo voltou ao "normal"!

Os mercados, analisando talvez com mais pormenor e atenção, recuaram da euforia, da pseudo recuperação. As bolsas fecharam em baixa e o sector bancário, o mesmo para quem foi especialmente dirigida a atuação política, para quem foi criado o acordo, foi o mais penalizado. Os políticos, esses otimistas de profissão mas sem convicção nas ações, já dizem agora que: «afinal as coisas podem não ser bem assim...que ainda não estão resolvidas...» . No sector financeiro, o que na 5ª feira era certo, correcto, bom,verdade... passou a ser na sexta, logo pela manhã, incerto, incorrecto,mal, in-verdade... Enfim!

Não sendo. Não tendo peso literário. Sendo apenas e só mais um rosto na multidão de apreensivos constato, não com alegria mas com redobrada preocupação que...tinha razão!

Quem ficou mal na fotografia? Merkel, Sarcozy, UE...

Quem ficou a rir às gargalhadas? O Governo Grego. Não a Grécia. Mas o governo que deixará de o ser...estou certo
Saiu por cima, quem viu legitimada a fraude e as más e falsas informações. Saiu por cima, quem viu legitimada todas e quaisquer atitudes semelhantes no futuro. Saiu por cima, quem  como o sector bancário, viu serem criados mais uma vez mecanismos de protecção e apoio. Que viu defendidas as suas posições no mundo do risco financeiro.

Mais uma vez, saíram prejudicados os contribuintes. Os que compões a força de trabalho. Os são, em suma, a mola de qualquer economia...os trabalhadores!

Aqueles que vêm  uma e outra vez, os seu parcos rendimentos serem reduzidos, subtraídos, espoliados.

Aqueles que uma e outra vez, são chamados a suprir e colmatar o erros daqueles em quem confiaram e que, supostamente, deveriam tudo fazer para dignificar a vida de todos e de cada um!

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