Como muitos de nós, tenho acompanhado com preocupação o que se passa na vida Nacional. Porque se não vejo para nós ou para os nosso filhos um futuro (próximo ) tranquilo, gostava que isso fosse possível para os nossos netos e bisnetos...
Não ponho em causa a competência dos recentemente nomeados para o Conselho Consultivo da EDP. Condeno, aberta e frontalmente, as escolhas feitas. Tanto mais se observarmos que, no caso do Dr. Eduardo Catorga, tratar-se de alguém que foi figura diretamente implicada na negociação feita com a Troika e que nos remeteu para uma situação altamente complicada e carregada de sacrifícios. A Dr ª Celeste Cardona, malquista enquanto Ministra da Justiça por todos os representantes na área. O Dr. Braga de Macedo, que saiu do governo nas condições que muitos conhecem. O General Rocha Vieira, último representante português em Macau e por isso conhecedor dos assuntos diretamente relacionados com a China mas que, em minha opinião, deveria saber resguardar-se da exposição pública. Para além das controversas escolhas, fica ainda mais exposta a ultrajante massa remuneratória a que estes nomeados foram votados. Salários principescos e muito acima daquela que é a possibilidade real do país.
Lanço por isso uma questão que ainda não vi aflorada os vários comentários. Não existiria ninguém fora da área dos partidos do poder que pudesse ser nomeado? Fossem até, se o Governo tivesse bom senso, pessoas ligadas aos partidos da oposição, mesmo a mais à esquerda? E será absolutamente certo que não haja ninguém fora dos espectro partidário que pudesse ocupar os referidos lugares, dado que que é sabido existirem pessoas altamente qualificadas espalhadas por este tão pequeno rectângulo? Não! Não podia ser assim! Era urgente repor favores recebidos. Compensar o trabalho de bastidor efectuado. Justificar que têm todos muita experiência não é, por si só, válido. Alguém perguntou sobre as nossas qualificações? Quantos de nós poderiam desempenhar na perfeição a referidas funções? E há ainda outro ponto que é intolerável. Pode conceber-se que seja nomeado para as Águas de Portugal alguém que tem com essa empresa, enquanto autarca, uma pendência em tribunal e uma dívida de mais de 7 milhões de euros? No meio de tudo isso, resta Álvaro Castelo Branco, embora Presidente das Águas do Porto, foi sempre figura próxima de Paulo Portas.
É por isso difícil de digerir tanta promiscuidade e tanto favorecimento. O ouvir da boca dos próprios, que não choca o acumular de pensões com os ordenados que irão receber. Que o PM, Passos Coelho, venha a público defender e defender-se alegando tranquilidade quanto às nomeações verificadas.
«Faz o que eu digo e não o que eu faço» diz o ditado popular. Passo Coelho disse em campanha eleitoral, que não iria pelo mesmo caminho de anteriores governos...estamos a ver! Poder conquistado, tudo esquecido.
E quanto a políticas de incentivo ao emprego, ao crescimento económico, à redução efetiva da despesa pública...nada! Apenas e só mais e mais medidas de austeridade e ideias desgarradas.
Assim vai Portugal. Calma e tranquilamente a caminho do abismo!