Visão global e pessoal, sobre temas da actualidade Nacional.
publicado por João Ricardo Lopes | Quinta-feira, 12 Janeiro , 2012, 22:51

Como muitos de nós, tenho acompanhado com preocupação o que se passa na vida Nacional. Porque se não vejo para nós ou para os nosso filhos um futuro (próximo ) tranquilo, gostava que isso fosse possível para os nossos netos e bisnetos...

Pouco ou nada se afigura recuperável nos anos vindouros. A promiscuidade que graça na ordem política, com nomeações de favor, tenham ou não intervenção direta do Estado ou os favores que se pagam a peso d'ouro.
Não ponho em causa a competência dos recentemente nomeados para o Conselho Consultivo da EDP. Condeno, aberta e frontalmente, as escolhas feitas. Tanto mais se observarmos que, no caso do Dr. Eduardo Catorga, tratar-se de alguém que foi figura diretamente implicada na negociação feita com a Troika e que nos remeteu para uma situação altamente complicada e carregada de sacrifícios. A Dr ª Celeste Cardona, malquista enquanto Ministra da Justiça por todos os representantes na área. O Dr. Braga de Macedo, que saiu do governo nas condições que muitos conhecem. O General Rocha Vieira, último representante português em Macau e por isso conhecedor dos assuntos diretamente relacionados com a China mas que, em minha opinião, deveria saber resguardar-se da exposição pública. Para além das controversas escolhas, fica ainda mais exposta a ultrajante massa remuneratória a que estes nomeados foram votados.  Salários principescos e muito acima daquela que é a possibilidade real do país.
Lanço por isso uma questão que ainda não vi aflorada os vários comentários. Não existiria ninguém fora da área dos partidos do poder que pudesse ser nomeado? Fossem até, se o Governo tivesse bom senso, pessoas ligadas aos partidos da oposição, mesmo a mais à esquerda? E será absolutamente certo que não haja ninguém fora dos espectro partidário que pudesse ocupar os referidos lugares, dado que que é sabido existirem pessoas altamente qualificadas  espalhadas por este tão pequeno rectângulo? Não! Não podia ser assim! Era urgente repor favores recebidos. Compensar o trabalho de bastidor efectuado. Justificar que têm todos muita experiência não é, por si só, válido. Alguém perguntou sobre as nossas qualificações? Quantos de nós poderiam desempenhar na perfeição a referidas funções? E há ainda outro ponto que é intolerável. Pode  conceber-se que seja nomeado para as Águas de Portugal alguém que tem com essa empresa, enquanto autarca, uma pendência em tribunal e uma dívida de mais de 7 milhões de euros? No meio de tudo isso, resta Álvaro Castelo Branco, embora Presidente das Águas do Porto, foi sempre figura próxima de Paulo Portas.
É por isso difícil de digerir tanta promiscuidade e tanto favorecimento. O ouvir da boca dos próprios, que não choca o acumular de pensões com os ordenados que irão receber. Que o PM, Passos Coelho, venha a público defender e defender-se alegando tranquilidade quanto às nomeações verificadas.
«Faz o que eu digo e não o que eu faço» diz o ditado popular. Passo Coelho disse em campanha eleitoral, que não iria pelo mesmo caminho de anteriores governos...estamos a ver! Poder conquistado, tudo esquecido.
E quanto a políticas de incentivo ao emprego, ao crescimento económico, à redução efetiva da despesa pública...nada! Apenas e só mais e mais medidas de austeridade e ideias desgarradas.
Assim vai Portugal. Calma e tranquilamente a caminho do abismo!

publicado por João Ricardo Lopes | Segunda-feira, 09 Janeiro , 2012, 21:41

Antes de qualquer outra coisa, pretendo reafirmar, para quem ainda tenha dúvidas ou desconhecimento, o meu posicionamento político. Sou do CDS desde a sua fundação!

Dito isto, passo a expor a minha indignação sobre o que tem feito, a meu ver, de mal este Governo liderado pelo Dr. Pedro passos Coelho e, por consequência, pelo PSD.
Não consigo perceber a necessidade ou utilidade da retirada dos subsídios de Natal e férias aos funcionários públicos e por arrasto aos demais trabalhadores. Antes do Orçamento de Estado era imperioso, não havia margem de manobra. Menos de 48 horas volvidas, existia um excedente de cerca de 2.5 mil milhões de euros...
Passos Coelho, durante a campanha eleitoral, prometeu não aumentar impostos. Passada a tomada de posse, foi o que se viu...impostos aumentados em toda a linha. Electricidade, gás, transportes...recentemente, o IVA nos alimentos, comunicações, enfim...
Continua depois o PM, Passos Coelho e seus acólitos, o chorrilho de incongruências. Primeiro através do Secretário de Estado da Juventude, que incita os jovens à imigração...inconcebível! O PM diz aos professores, mal, que o melhor será procurar trabalho nos PALOP'S, impensável! Mas não fica por aqui a cegueira governamental .
Na senda de tudo fazer para cumprir, e mesmo ultrapassar o estabelecido no memorando da Troika,  entrega-se à uma empresa estatal Chinesa os destinos da EDP. Uma das empresas, senão a maior, a produzir riqueza em Portugal. Cria-se uma lei ( mesmo que ainda projecto) para o mercado de arrendamento que tem tudo para ser mais um fiasco. E ainda outras medidas com pouca ou nenhuma consistência ou com eficácia comprovada. Aumento de meia hora na atividade laboral, aumentos nas taxas moderadoras, o dá e tira constante de apoios (subsídios), e um nunca mais acabar de idiotices...
Mas como uma desgraça nunca vem só, eis que surge , ontem, a notícia das nomeações para o conselho geral e de supervisão da EDP, onde os Chineses assumirão a vice-presidência. Eduardo Catroga, Braga de Macedo, dois antigos ministros do PSD, e Celeste Cardona, antiga ministra e actual conselheira nacional do CDS.  Da lista proposta pelos accionistas para este órgão, consta também o nome do empresário Ilídio Pinho e de Paulo Teixeira Pinto, outro antigo ministro de um Governo de Cavaco Silva.

António Mexia, atual presidente do conselho de administração da EDP, não comenta...diz ser um assunto que apenas respeita aos accionistas externos da empresa. os habituais comentadores, "fecham-se em copas"...poucos arriscam uma tomada de posição.
Poderemos até considerar válido que os "accionistas" tiveram tão por si só a ideia da escolha. Mas é muita coincidência que a escolha recai, em partes iguais, em pessoas que representam de alguma forma, os partidos que compõem a atual maioria. Parece-me no entanto claro, que o despudor tomou proporções inauditas.
É claro que estas escolhas, nomeações ou seja lá o que for, têm mãos do Governo e, em particular do PM. Ingenuidade e falsa modéstia não ficam bem nesta altura do campeonato.. Digamos portanto, que tudo parece encaminhar-se para uma sessão de prémios...de atribuição de recompensas por serviços e favores prestados..
Entristece-me que assim seja. Que assim continue a operar a nossa classe política. Entristece-me que a palavra dada, seja cada vez mais esquecida, desrespeitada. Que as declarações proferidas em tempo eleitoral, caiam em "saco roto"  assim que ocupados os lugares na governação. Entristece-me que o CDS participe destas jogadas de bastidores. Porque não posso entender nem aceitar que quem tanto condenou atitudes semelhantes no passado         ( não muito distante ) e sirva agora de capacho do PSD apenas e só porque quer a todo o custo permanecer no Governo. Julgará Paulo Portas que colherá louros de tal situação. Nada mais errado.! Quando tudo estiver mal, será do CDS  a culpa. Na hora da eventual comemoração, Os louros serão todos reclamados pelo PSD. Foi assim no passado, será assim no presente e mesmo no futuro, seja ele qual for. Lembram-se da AD?
Promova-se a cargos dirigentes gente de valor e com idades compatíveis a um bom desempenho. Não se promovam sempre os mesmos. Mesmo que estes sejam, indubitavelmente competentes, mas que já ocuparam lugares de destaque na vida nacional e, por via disso, colhem já os "frutos". Quem tanto fala de divisão equitativa, deveria aplicar essa norma em pleno.
Haja pudor meus senhores!

publicado por João Ricardo Lopes | Domingo, 08 Janeiro , 2012, 23:02

Durante a última semana fomos bombardeados por duas notícias que, como é apanágio do nosso país, acabam sempre por cumprir a função principal... desviar-nos do que é essencial e deixar-nos enredados em trivialidades. Foi assim, mais uma vez, com os assuntos "Pingo Doce" e "Maçonaria".


Permitam-me dissertar um pouco sobre estes dois temas. Importantes e imprescindíveis para uns, sem um pingo de interesse para outros...interessantes, digo eu.
A decisão tomada pelos detentores de 56% da participação da Jerónimo Martins, através da sociedade familiar Soares dos Santos, em deslocalizar (fugir dirão alguns) os seus interesses para a Holanda, deixou de boca aberta muitos analistas financeiros que, admitam ou não, ficaram sem saber o que dizer. Não cabe aqui fazer um relatório pormenorizado da situação. Nem tão pouco saber se as palavras de Alexandre Soares dos Santos na entrevista que concedeu à SIC são ou não sinceras e verdadeiras. Acreditemos que sim...que eram boas as suas intenções. Mas como dar cobertura e proteção as recentes tomadas de posição de quem detém a maior parte da posição numa das empresas de maior projeção no país? Como entender que quem advogou, num passado não muito distante, que os centros de decisão deveriam permanecer em Portugal fossem qual fossem as consequências tome agora semelhante posição? Como entender quem tanto criticou e condenou políticas anteriores, esteja agora a dar uma estucada profunda na tentativa de reparação de erros passados?
É válido reconhecer que um empresário de sucesso queira manter em bom estado financeiro e orçamental a empresa que durante anos construiu. É válido reconhecer méritos a quem  cria postos de trabalho, apoia o bem estar social, e contribui para o engrandecimento de um país. Já não podemos dizer o mesmo de quem, apenas por interesses meramente contabilísticos, desvia, suprime a possibilidade de maior dinamização do erário público. É que sendo a Jerónimo Martins uma das empresas que mais factura, que gera enormes valores fiscais, fica difícil entender como pode o Governo passar por esta situação num aparente silêncio cúmplice. Se não estou errado no que aprendi, 10% de muito dinheiro é MUITO DINHEIRO! Esse, ao que sabemos, já não virá para Portugal. Lá diz o povo: « ...vão-se os anéis...». Será que os dedos que ficam ainda servirão para algo?

O outro assunto que nos foi IMPOSTO, foi o do alegado "apagão" por parte do PSD de todas as menções existentes à Maçonaria nos relatórios parlamentares ao "caso das secretas".
Muitos dos que lêem estes textos terão algum conhecimento sobre a actividade maçónica e da importância desta nas últimas décadas da vida política nacional. 
Sobre a Maçonaria e os seus "poderes" falarei noutra altura (dentro do meus parcos conhecimentos).
O que me apraz dizer nesta altura, é que o espectáculo protagonizado por Luís Montenegro ( líder parlamentar do PSD) ao dizer que não pertence a nenhuma loja maçónica, embora participe em reuniões. Que alegou desconhecer as referidas actividades e mesmo serem os jornalistas maiores conhecedores do que Ele próprio. E também por Carlos Zorrinho ( líder parlamentar do PS ), que auto-elogiou a transparência da sua vida. Ao que parece não é bem assim...
Transparência é coisa a que os nossos políticos estão pouco habituados. Interessam-se muito mais pelos jogos de bastidor e pelo constante entreter dos cidadãos.
Concluo com esta ideia: se no que se refere ao esforço comum, que todos devemos fazer para ajudar no reerguer de um Portugal depauperado económica e financeiramente, também entendo ( sempre entendi ) que os nossos políticos, aqueles que por escolha popular têm a missão de defender os interesses de quem os elege, devem dar exemplos de integridade, dignidade, transparência ... 

publicado por João Ricardo Lopes | Domingo, 01 Janeiro , 2012, 19:12

O Início deste novo ano não foge à regra dos anos anteriores. Aumentos...aumentos...e mais aumentos.

Desta feita a novidade, já velha, é que Portugal está em processo adiantado de falência e por isso obrigado a cumprir fielmente todas as restrições impostas pela Troika. Com o aumento do IVA nos bens essenciais,  vamos todos sentir um "colossal" aperto na gerência do dia a dia financeiro. Alimentação, transportes, saúde, rendas...tudo ficará mais caro e mais difícil. Serão os já tão debilitados economicamente os que mais depressa o sentirão. Também a cada vez mais depauperada classe média (já quase inexistente) verá os seus rendimentos e "prazeres"cortados. E mesmo os mais "poderosos" financeiramente, verão aumentadas as suas dificuldades.
Mas, não sendo adepto a 100% de algumas medidas restritivas que julgo poderiam ter tido outros contornos, tendo a concordar na generalidade com o que nos é proposto. E se é certo que apenas com muito esforço de todos, sem excepção, poderemos ultrapassar tais dificuldades, gostaria de ver realmente cumpridas e seguidas com rigor as alterações que ora nos impõem. Poupar é palavra de ordem. Ironizou-se na questão da supressão da gravata nos serviços internos do Ministério da Agricultura. Estudos efectuados, demonstram que afinal foi uma medida positiva. Os 70 milhões de euros que se prevê poupar na nova orientação do rendimento mínimo, vai possibilitar o aumento das pensões mais baixas. Sete euros, em média, será pouco, mas fazendo toda a diferença em muitos agregados familiares. E se café, vinho, tabaco, alguns refrigerantes, serão a partir de hoje mais caros, (e podem até conduzir a que alguns "vícios" diários sejam suprimidos), passam mais ou menos incólumes, (para já) o pão, o leite, a carne. O costumeiro almoço de fim de semana nos restaurantes, ficará também comprometido. direi mesmo que o regresso em força da «marmita» será "IN" nos tempos mais próximos. Museus, futebol, livros, cinemas... Sobem a electricidade, o gás, com mais 4% a somar ao já efectivo aumento registado em Outubro com a subida do IVA. E não devemos esquecer nem dar de barato, a crescente falta de liquidez da banca nacional. Alarmismo? Não creio. Estarão os nossos depósitos comprometidos? Começo a não duvidar...
Muitos de vós dirão: tanto catastrofismo não ajuda! Nãos se trata disso. Até porque, como já o disse em outros textos, acredito que Portugal tem condições de superar esta crise. Mas temos de ser realistas e encarar com frieza e mente aberta o que nos espera. Deixemos de funcionar como a avestruz, que enterra a cabeça na areia a qualquer susto. Aprendamos antes a ser como a águia, altiva e vigilante. Ou até como a formiga, trabalhadora incansável na busca do amealhar do sustento para os tempos difíceis. Teremos pela frente um ano invernoso, sombrio... Ponhamos de parte a nossa veia de "cigarra"! Já cantamos muito e disso não retiramos proveitos visíveis ou palpáveis.
Há quem diga, os Chineses em grande escala e outros reputados e reconhecidos economistas que crise é, ou pode ser sinónimo de oportunidade. Pois...mas falta saber se a tão propalada distribuição equitativa de meios e proventos, permite a generalização dessa ideia.
Atolados que estamos numa recessão sem fim à vista e numa escalada inflacionista cada vez maior, resta-nos apenas tentar fazer com menos o que antes fazíamos com pouco... VIVER!


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