Visão global e pessoal, sobre temas da actualidade Nacional.
publicado por João Ricardo Lopes | Segunda-feira, 23 Abril , 2012, 22:47

Estamos em vésperas de comemorar o 38º aniversário da Revolução de Abril. A data que marca o recuperar da liberdade e da democracia....pelo menos assim julgámos durante todos estes anos.


Começo por isso a ficar algo confuso com certas atitudes, sobretudo quando tomadas por aqueles que se auto-intitulam como grandes defensores da democracia e das suas mais nobre instituições.

A recente tomada de posição da Associação 25 de Abri ( dos militares que a compõem), e prontamente corroboradas por  Mário Soares e Manuel Alegre, deixam-me perplexo. Nem tanto pela atitude...cada um tem a que quer ( desde que isso não colida com os interesses gerias), mas pelo momento em que são produzidas.

Sabemos que a Revolução, dita dos cravos, teve na sua génesis uma forte matriz de esquerda...nada de admirar. Estávamos debaixo do domínio de uma ditadura severa de direita. Por tal fato, foi com naturalidade que os então exilados, condenados, reprimidos, militantes de uma esquerda clandestina e embrionária, se fizessem notar. Dessem mostras do seu contentamento por, finalmente, poderem demonstrar e mostrar livremente os seus ideais e "angariar", por conta disso, os seus seguidores. 
Parece-me, no entanto, que volvidos todos estes anos, esses mesmos "senhores" esqueceram agora de utilizar o que ao tempo tanto apregoaram...o bom senso!

Não me parece aceitável que num momento de tantas dificuldades, em que todos são chamados (embora sem generalizar) a grandes sacrifícios; em que a convulsão social está praticamente em ponto de ebulição; em que cada dia representa um dia mais no aumento da miséria, da exclusão social, da indiferença, do desemprego, da insolvência... venham a público figuras ímpares da nossa vida política e social, incendiar ainda mais o que já há tanto arde.

Poder-me-ão dizer que participar nas comemorações (este ano) iria contra a estratégia evidente dos protagonistas na sua luta contra o atual Governo. Até posso concordar com tal desidrato, numa lógica absolutamente político/partidária. Já não consigo ( e julgo que muitos outros não conseguem) entender a lógica incendiária de tal decisão. Como se, num gesto pensado, unissem esforços no apoio às intenções de puro e absoluto "revanchismo" do Partido Comunista. Do mesmo Partido que se mantém isoladamente fiel a ideários desconexos no tempo. Do mesmo Partido que teima em dizer sempre o contrário. Em criticar, condenar e rejeitar, sem apresentar soluções...mesmo que haja, por vezes, alguma razão. Do mesmo Partido que tomou as rédeas do poder no pós 25 de Abril e foi, em grande partem culpado pelo lançar de sementes de ideias e pensamentos que hoje condenam...que agora repudiam...que julgam esquecidas e tentam fazer esquecer.

Mário Soares e Manuel Alegre são, indiscutivelmente, símbolos de uma revolução que devolveu esperança a um povo oprimido. Discuta-se se por ora, e não mais do que isso, podemos considerar esta com uma Revolução "falhada". Não nos seus propósitos e objetivos, mas naquilo que deveria nortear em todos os momentos, cada dia vivido...a liberdade, a democracia, a justiça, a equidade...

Se entendermos que o 25 de Abril de 1974 foi, e será sempre, uma data que deve ser encarada como baluarte primeiro da vida de todos Nós nos tempos que correm (assim como a outras datas importantes que nos querem usurpar), julgo que não existe ponto de apoio que possa justificar tais tomadas de atitude. A não ser, claro, o facciosismo doentio que milita nas frágeis mentes ( que não cabeças) de alguns provetos protagonistas.

Bem fariam aqueles que se julgam, e a quem chamam, de «Senadores da Nação», tomarem posições que contribuíssem para a união e não para o afastamento. Para agregar e não para dividir. Para fomentar o entendimento e não a discórdia. 
Mas, como em tudo na vida, as decisões ficam  e penalizam, ou não quem as toma. O futuro, que não está longe, encarregar-se-há de julgar se o caminho escolhido foi o mais adequado. Tão fácil seria se, utilizando a sua longa e grande experiência, os principais protagonistas de tamanha enormidade, fizessem ouvir alto a sua indignação e se deixassem de atitudes que nem às crianças fica bem.

Fico, portanto, a espera de esclarecimento sobre atitudes tão despropositadas...fico mesmo!


publicado por João Ricardo Lopes | Sábado, 07 Abril , 2012, 15:58

Passados que estão dois meses sobre a publicação da última dissertação (pelo que peço desculpas aos meus seguidores), muita coisa sucedeu neste Portugal das mil e uma peripécias.

Sem cronologia, pois disso estamos nós fartos, lembro-me das declarações Presidenciais sobre o seu parco e insuficiente rendimento; da publicação controversa de um prefácio literário...entre outras.

Lembro-me das constantes decisões e indecisões do Governo e seus ministros onde, por maioria de razão, pontificam as declarações do PM - Passos Coelho. As constantes, e por vezes inacreditáveis, divulgações de medidas de contenção. Necessárias, em muitos casos. Mas desprovidas, e muito, de sensibilidade ou de justiça. Qual imagem do "Robin dos Bosques" ao contrário...tirando (POUCO) a alguns ricos e transformando em NADA a vida dos pobres.
Lembro-me,(como esquecer) dos semanais aumentos do preço dos combustíveis; da subida encapotada do preço da electricidade, dos transportes, da alimentação...
Lembro-me, por com ela conviver na intimidade, da tristeza que invade o coração dos portugueses, quase não dando lugar à esperança.
Lembro-me de um Banco no qual foram gastos 8 mil milhões, que foi vendido por 40 milhões....Grande negócio!
Lembro-me que, mesmo na antiga ortografia, escrevíamos ELECTRICIDADE e não ELETLICIDLADE!
Lembro-me que, que com 20 euros de combustível ( no meu carro) percorria 200km. Hoje...não chega a 100!
Lembro-me que, existiam dois salários extra...hoje, já quase nem o corrente!

O que se passou no tempo que passou?!  Tão pouco tempo...Tão curtos dois meses...

Lembro-me da hipocrisia de um candidato presidencial, que dá graças por não ter sido eleito.
Lembro-me de um PM que disse em campanha «não mexer no rendimentos do trabalho» e foi o que fez.

Enfim...de tanto me lembro!

Lembro-me de um dia, a chamávamos terça-feira de Carnaval, ao qual foi retirada a pausa...o descanso.
Lembro-me de feriados que, merecido ou não, serviam de ponto intermédio nas agruras da vida, e que agora vão desaparecer, mercê da errónea ideia de aumento de produtividade.

Mas há mais coisas de que me lembro, ou que deveria lembrar, mas que a angústia do espírito faz com que não as transcreva. 

Por fim, deixo esta última lembrança em forma de apelo:
Lembrem-se de que podemos ficar sem nada do que seja material, palpável... mas a nossa DIGNIDADE, essa, ninguém nos pode tirar!

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