Visão global e pessoal, sobre temas da actualidade Nacional.
publicado por João Ricardo Lopes | Quinta-feira, 24 Maio , 2012, 22:07

 

Acompanhei hoje uma reportagem da Antena 1 sobre a proibição exercida sobre uma criança hiper-ativa ( espero estar a escrever bem).
Primeiro ponto: Um escândalo! Uma vergonha!
Segundo ponto: Como ficou a mente dessa criança, de apenas 6 anos, perante tal fato?
Terceiro: Quem, ou a quem, assacar responsabilidades?
Falou-se depois sobre a "educação especial" .. Sobre os professores, educadores de crianças, ditas especiais, apenas e só porque possuem o que a sociedade convencionou serem «deficientes»
Pergunto pois...onde estão os verdadeiros «deficientes»?
Não sendo um especialista na matéria, entendo que uma criança, hiper-ativa, tem a seu favor uma enorme dose de energia.
Pois...não haverá nos seio docente, uma cabal preparação para lidar com o "problema". É o mal do nosso país. Gastam-se rios de dinheiro em futilidades. Mas no que é verdadeiramente necessário, urgente mesmo, nada!
espero sinceramente que este caso tenha um desfecho digno.
Que haja bom senso...que é coisa que não tem abundado ultimamente!





Na sequência da minha publicação de hoje, deixo aqui uma informação complementar.
para que fiquem, todos, mais esclarecidos.
Extenso...eu sei, mas leitura muito útil.

O QUE É A HIPERATIVIDADE?

TRATAMENTO CONVENCIONAL
DIRETRIZES ALIMENTARES
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS
TRATAMENTO FITOTERÁPICO
HOMEOPATIA
RECOMENDAÇÕES GERAIS
PREVENÇÃO
ALGUNS FATOS SOBRE HIPERATIVIDADE

O QUE É A HIPERATIVIDADE?

A hiperatividade, denominada na medicina de desordem do déficit de atenção, pode afetar crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos. Os sintomas variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Embora a criança hiperativa tenha muitas vezes uma inteligência normal ou acima da média, o estado é caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento. Os professores e pais da criança hiperativa devem saber lidar com a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperativa incontrolável da criança.
O comportamento hiperativo pode estar relacionado a uma perda da visão ou audição, a um problema de comunicação, como a incapacidade de processar adequadamente os símbolos e idéias que surgem, estresse emocional, convulsões ou distúrbios do sono. Também pode estar relacionado a paralisia cerebral, intoxicação por chumbo, abuso de álcool ou drogas na gravidez, reação a certos medicamentos ou alimentos e complicações de parto, como privação de oxigênio ou traumas durante o nascimento. Esses problemas devem ser descartados como causa do comportamento antes de tratar a hiperatividade da criança.
O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e social da criança. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos. As crianças hiperativas estão sempre em movimento, sempre fazendo algo e são incapazes de ficar quietas. São impulsivas. Não param para olhar ou ouvir. Devido à sua energia, curiosidade e necessidade de explorar surpreendentes e aparentemente infinitas, são propensas a se machucar e a quebrar e danificar coisas. As crianças hiperativas toleram pouco as frustrações. Elas discutem com os pais, professores, adultos e amigos. Fazem birras e seu humor flutua rapidamente. Essas crianças também tendem a ser muito agarradas às pessoas. Precisam de muita atenção e tranqüilização. É importante para os pais perceberem que as crianças hiperativas entenderam as regras, instruções e expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldade em obedecê-las. Esses comportamentos são acidentais e não propositais.
Para a criança hiperativa e sua família, uma ida a um parque de diversão ou supermercado pode ser desastrosa. Há simplesmente muita coisa acontecendo - muito estímulo ao mesmo tempo. Devido à sua incapacidade de concentrar-se e ao constante bombardeamento de estímulos, a criança hiperativa pode ficar estressada.
A criança hiperativa pode ter muitos problemas. Apesar da "dificuldade de aprendizado", essa criança é geralmente muito inteligente. Sabe que determinados comportamentos não são aceitáveis. Mas, apesar do desejo de agradar e de ser educada e contida, a criança hiperativa não consegue se controlar. Pode ser frustrada, desanimada e envergonhada. Ela sabe que é inteligente, mas não consegue desacelerar o sistema nervoso, a ponto de utilizar o potencial mental necessário para concluir uma tarefa.
A criança hiperativa muitas vezes se sente isolada e segregada dos colegas, mas não entende por que é tão diferente. Fica perturbada com suas próprias incapacidades. Sem conseguir concluir as tarefas normais de uma criança na escola, no playground ou em casa, a criança hiperativa pode sofrer de estresse, tristeza e baixa auto-estima.
Um especialista em comportamento infantil pode ajudá-lo a distinguir entre a criança normalmente ativa e enérgica e a criança realmente hiperativa. As crianças até mesmo as menores podem correr, brincar e agitar-se felizes durante horas sem cochilar, dormir ou demonstrar qualquer cansaço. Para garantir que a criança realmente hiperativa seja tratada adequadamente - e evitar o tratamento inadequado de uma criança normalmente ativa - é importante que seu filho receba um diagnóstico preciso.
Durante a primeira ou a segunda consulta médica, a criança hiperativa pode ser comportar de forma quieta e educada. Sabendo o que é esperado, pode se transformar em uma criança "modelo". Esteja preparado para descrever, de forma precisa e objetiva, o comportamento do seu filho em casa e nas atividades sociais. Se seu filho está encontrando dificuldade na escola, peça ao professor que converse com o médico ou envie-lhe um relatório por escrito. Pode ser preciso várias consultas antes que o comportamento hiperativo torne-se aparente. Não se preocupe. Um especialista em crianças, geralmente, pode realizar um diagnóstico preciso.
Ao tratar da criança hiperativa, sua meta é ajudá-la a fazer o melhor possível, em casa, na escola, e com os amigos. Lembre-se sempre de que seu filho está lutando com todas as forças para superar uma deficiência do sistema nervoso. Explique, se preciso for, mas não se sinta envergonhado ou culpado quando seu filho não se comportar bem.
Os pais da criança hiperativa merecem muita consideração. É preciso muita paciência - e vigor - para amar e apoiar a criança hiperativa em todos os desafios e frustrações inerentes à doença. Os pais da criança hiperativa estão sempre preocupados e atentos, sempre "em alerta". Conseqüentemente, é fácil sentirem-se cansados, abatidos e frustrados, às vezes. É de importância vital para os pais da criança hiperativa serem bons consigo mesmos, descansar quando apropriado, além de buscar e aceitar o apoio para eles e para o filho.

TRATAMENTO CONVENCIONAL

Antes de qualquer tratamento, um exame físico deve se feito para descartar outras causas para o comportamento do seu filho, tais como infecção crônica do ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas neurológicos.
O metilfenidato é o medicamento mais comumente receitado para hiperatividade. É um estimulante que tem efeito paradoxal de acalmar o sistema nervoso e aumentar a capacidade da criança hiperativa de prestar atenção. Contudo, não deixe de verificar com seu médico antes de parar de dar esse medicamento a seu filho.
A tioridazina é um tranqüilizante ao qual se pode recorrer se a criança for extremamente agressiva e, nesse caso, apenas nas situações mais difíceis.
Na maioria das circunstâncias, o medicamento para a hiperatividade pode ser interrompido durante o verão e retomado quando as aulas começarem novamente, após as férias. Essa conduta pode limitar alguns dos efeitos colaterais prolongados desses medicamentos. Após um verão sem medicamento, talvez seja útil deixar que seu filho freqüente as primeiras semanas de aula sem qualquer medicação. Considere esse período como um teste para determinar se seu filho pode passar sem o medicamento. (Converse sempre com seu médico antes de descontinuar qualquer tratamento, durante qualquer período de tempo).

DIRETRIZES ALIMENTARES

Antes de experimentar qualquer tratamento comece eliminando o açúcar refinado e os aditivos da dieta do seu filho. Leia os rótulos cuidadosamente e elimine alimentos processados que contenham corantes, flavorizantes, adoçantes e conservantes, relacionados comumente como benzoatos, nitratos e sulfitos. Os aditivos de alimentos comuns também incluem silicato de cálcio, BHT, BHA, peróxido de benzoíla. emulsificantes, espessantes, estabilizantes, gomas vegetais e amido.
Os salicilatos muitas vezes têm implicação na hiperatividade. É mais difícil eliminá-los da dieta; ocorrem naturalmente além de serem usados como aditivos. Uma série de frutas e hortaliças conhecidas contêm salicilatos, inclusive amêndoa, maçã, damasco, banana, cereja, uva, limão, melão, nectarina, laranja, pêssego, ameixa, ameixa-seca, passa, framboesa, pepino, ervilha, pimentão-verde, pimenta-malagueta, picles e tomate.
Segundo um estudo citado no periódico Pediatrics, mais de 50% das crianças hiperativas demonstraram menos problemas comportamentais e tiveram menos problemas de sono quando seguiram uma dieta restrita. A dieta ideal não continha aditivos artificiais e químicos, chocolate, glutamato monossódico, conservantes e cafeína.

SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Um suplemento líquido de cálcio e magnésio é calmante para o sistema nervoso. Após ter eliminado os conservantes e o açúcar da dieta do seu filho, dê-lhe esse suplemento. As crianças de cinco a sete anos devem tomar uma colher de chá, uma vez ao dia. Crianças com mais de dez anos devem tomar uma colher de sopa, uma ou duas vezes a dia. Siga esse regime durante dois meses, depois diminua a dose para cinco dias por semana durante três meses. Em seguida, pare de dar o suplemento.
A colina aparentemente melhora a memória e a atenção de algumas crianças. Se seu filho tiver quatorze anos ou mais, experimente dar-lhe 500 miligramas por dia durante um mês.
Um suplemento líquido do complexo B é muito importante para crianças hiperativas. Ajuda a relaxar o sistema nervoso estressado e melhorar o funcionamento mental e a concentração. Siga as orientações sobre dosagem indicadas na bula e dê a dose recomendada durante dois meses. Depois, diminua a dose para cinco dias por semana durante três meses. Em seguida, pare de dar o suplemento.

TRATAMENTO FITOTERÁPICO

O chá de camomila é sabidamente relaxante. Dê ao seu filho uma dose na hora de dormir, conforme necessário.
O bupleuro é uma fórmula fitoterápica chinesa que relaxa o sistema nervoso e pode ajudar a aliviar o estresse. Dê ao seu filho uma dose diária durante um mês, seguida de aveia brava durante um mês.
Observação: O bupleuro não deve ser dado a crianças com febre ou qualquer outro sinal de infecção aguda.
A escutelária é relaxante e acalma a mente. Dê ao seu filho uma dose, três vezes por semana, durante três meses.
Observação: Essa erva não deve ser dada a crianças com menos de seis anos.
A aveia brava acalma o sistema nervoso. Dê ao seu filho uma dose diária durante um mês.
Certas essências botânicas podem acalmar a criança hiperativa. Misture uma gota de óleo de alecrim, sálvia, lavanda e camomila em 1/8 de xícara de azeite de oliva e use esse óleo aromático para esfregar os pés e coluna do seu filho na hora de dormir. Os índios norte-americanos usavam, tradicionalmente, o alecrim e a sálvia para relaxar a mente.

HOMEOPATIA

É melhor consultar um homeopata para determinar um remédio constitucional para a criança hiperativa. Contudo, os remédios a seguir ajudarão a aliviar os sintomas. Independente do remédio que escolher, a menos que indicado de outra forma, tente dar ao seu filho uma dose, três vezes ao dia, durante cinco dias. Faça isso mês sim, mês não, durante seis meses.

Para a criança magra, excitada, ansiosa e sempre apressada, use Argentum nitricum 9ch. Essa criança adora doce, que afeta seu comportamento de forma adversa. Pode ser suscetível e ter conjuntivite e amigdalite. Essa criança tem medo de multidão e não gosta de ir a lugares públicos, inclusive à escola. Prefere ficar ao ar-livre.
Calcarea phosphorica 9ch é benéfico para a criança endiabrada, geralmente do sexo masculino, inquieta, tímida e medrosa, mas que adora correr riscos e fazer traquinagens. Essa criança tende a ter gases abdominais, tem um abdome levemente proeminente e poder ter amígdalas aumentadas.
Se seu filho inquieto acalma-se tão logo é chamado à atenção, dê-lhe Chamomilla 9ch. Esse tipo de criança pode se tornar tão hiperativa que ficará exausta e começará a chorar.
Observação: Não dê ao seu filho Chamomilla da homeopatia e chá de camomila ao mesmo tempo. Um anulará o outro. Para atingir o efeito calmante da camomila, escolha uma forma ou outra.
Dê Kali bromatum 9ch para a criança irrequieta que está constantemente fazendo algo com as mãos - jogando bola, brincando de bola de gude, de aviãozinho. Se não tiver nenhum brinquedo na mão, essa criança estala os dedos. As mãos da criança que toma Kali bromatum nunca estão sossegadas.
Dê Lycopodium 9ch para a criança que está mais cansada, mais inquieta e irritada entre 4:00 e 8:00 da noite. Cansada ou não, essa criança não quer sentar-se à mesa do jantar, mas quer comer. Essa criança aparenta mais idade e tem geralmente uma inteligência acima da média.
Uma dose de Medorrhinum 1M ajudará a criança irritada, agitada e apressada. Essa criança pode ter tido assadura quando bebê e, posteriormente, erupções cutâneas e asma.
Stramonium 30d é para a criança com séria hiperatividade e possível agitação violenta. Sua voz é alta e sua fala é rápida, possivelmente incoerente.

RECOMENDAÇÕES GERAIS

Elimine conservantes e açúcar da dieta do sei filho. É o mais importante e primordial a fazer pela criança hiperativa. Para melhorar ainda mais, siga todas as recomendações sob Diretrizes Alimentares.
Dê ao seu filho um suplemento líquido de cálcio e magnésio.
Dê ao seu filho a erva chinesa bupleuro.
Escolha um remédio homeopático específico para o sintoma do seu filho. Se não estiver satisfeito com os resultados, consulte um homeopata para descobrir um remédio constitucional.
Busque terapia e experimente modificação comportamental. Essas disciplinas ajudam a criança a entender o problema contra o qual está lutando, a estabelecer metas e padrões e reconhecer e avaliar seu comportamento. Podem ser de grande valia. Esses programas ensinam controles internos que podem ser usados em várias situações. Seu filho aprenderá a oferecer recompensas pelos seus feitos e aprenderá a partir dos seus erros. Coopere com seu médico ou terapeuta para desenvolver programas de modificação comportamental. É importante que o programa seja claro, facilmente entendido e facilmente executado por todos que dele participam - pela criança bem como pelos adultos. É essencial que essas intervenções sejam realizadas com cautela e boa vontade, em um ambiente calmo e carinhoso. A criança deve participar com disposição. Certifique-se de que os dois tenham entendido que esses programas objetivam ajudar e não punir.
Desenvolva uma rotina estável em casa. Para diminuir a confusão e a quantidade de estímulos diários, defina horários específicos para comer e dormir.
Experimente atribuir uma tarefa pequena e rápida e insista delicadamente para que seja concluída. Em seguida, não deixe de agradecer e elogiar seu filho quando a tarefa tiver sido concluída.
Faça com que a criança participe de projetos que ela goste para ajudá-la a concentrar-se. Aprender a concentrar-se alterará sua resposta ao mundo, gradativamente. Lembre-se sempre de que, além de ter um desequilíbrio do sistema nervoso que transforma em tortura o simples ato de permanecer sentado, a criança hiperativa e inteligente entedia-se facilmente. Coopere com seu filho para ajudá-lo a realmente concluir um projeto. Concluir um projeto oferecerá uma idéia de competência e maior auto-estima. O domínio e conclusão de uma tarefa requer elogio.
Busque terapia para você e seu cônjuge. Para ajudar a diminuir os sentimentos de frustração e isolamento, os pais da criança hiperativa precisam de informação e apoio. Busque auxílio; certamente encontrará. Você aprenderá a apoiar seu filho e a ficar calmo e próximo, mesmo quando a situação parecer fora de controle. Você também aprenderá que é importante que os pais tirem férias sem se sentirem estressados ou culpados por deixarem uma criança "difícil" com outras pessoas competentes.
Nunca é demais enfatizar a necessidade dos pais terem uma folga. Tire uma tarde, uma noite ou um fim de semana. Entre em contato com uma pessoa que possa tomar conta do seu filho. Ligue para seus pais e amigos.
Se você não fizer isso para o seu próprio bem, faça por seu filho. Provavelmente você voltará se sentindo renovado, mais calmo e carinhoso.

PREVENÇÃO

Durante a gestação, mantenha a exposição a chumbo ambiental ao mínimo possível e elimine álcool. Os dois tem sido relacionados à hiperatividade.
Não deixe que seu filho se exponha ao chumbo. As fontes mais comuns de exposição ao chumbo são tinta à base de chumbo, água potável e cerâmica mal esmaltada.

ALGUNS FATOS SOBRE A HIPERATIVIDADE

Embora muitos pais de crianças enérgicas perguntem aos médicos sobre a hiperatividade, ela não é problema comum. De acordo com um artigo publicado no British Journal of Psychiatry, apenas 3% das crianças são realmente diagnosticadas com a desordem do déficit de atenção.
A hiperatividade é dez vezes mais comum nos meninos do que nas meninas.
A causa ou causas exatas da hiperatividade são desconhecidas. A comunidade médica teoriza que a desordem pode ser resultado de fatores genéticos; desequilíbrio químico; lesão ou doença na hora do parto ou depois do parto; ou um defeito no cérebro ou sistema nervoso central, resultando no mau funcionamento do mecanismo responsável pelo controle das capacidades de atenção e filtragem de estímulos externos.
Metade das crianças hiperativas têm menos problemas comportamentais quando seguem uma dieta livre de substâncias como flavorizantes, corantes, conservantes, glutamato monossódico, cafeína, açúcar e chocolate.do muito ultimamente.

publicado por João Ricardo Lopes | Sexta-feira, 18 Maio , 2012, 22:42

Estou, como muitos estarão, preocupado com o rumo da vida interna portuguesa.
Vivesse eu num mundo isolado de qualquer forma de comunicação e, ao ouvir falar os nossos governantes, pensaria que em Portugal a vida decorre sem sobressaltos. Porém, e felizmente, não vivo isolado. Antes rodeado de muita informação, tenha ela boa ou má qualidade...seja ela isenta ou nem por isso.



Temos mais um "caso" na nossa sociedade. Agora, é a discussão sobre a recolha ou não das células estaminais.
Até posso conceber que assim seja. E até sei o quão essa "preservação" é importante. O que já não me parece tão racional, é que num momento de tão grandes dificuldades económicas se aja de modo a  exercer pressão sobre os casais (os mais jovens em especial) que pouco ou nada têm ao iniciar uma vida a dois, quanto mais terem de viver com o "peso na consciência" de  não terem procedido à recolha das referidas células. De não terem provido à proteção dos seus filhos.
Tanto quanto sei, não é uma operação que seja pouco onerosa e, por consequência, muito pouco acessível.  Depois, há o problema, porque disso se trata, de saber quem vai GUARDAR tão precioso bem. Pois...quem vai guardar?
Deverá essa jóia única ser guardada e protegida por Privados ou pelo Estado?
Que garantias existem de que a preservação é duradoura, para não dizer eterna? Que garantias para os eventuais e possíveis problemas que surjam? Quanto custa? Quem paga? Que proteção? Que garantias?
Mas o que me deixa ainda mais perplexo, é a enorme insensibilidade latente. Dá arrepios!
Discutir se a empresa que lançou e promoveu a campanha, agiu de forma mais ou menos ética...é patético. Tão patético como o foi a discussão sobre a campanha o Pingo Doce, ou outra qualquer campanha do género. Tão patético, como as publicidades da Zon, da Cabovisão, da Meo, da Ótimus ou TMN e tantas outras...mas destas, porque de consumismo se trata, ninguém fala! A empresa agiu numa perspetiva de mercado. Num mercado difícil e concorrencial, onde apenas os mais fortes e hábeis sobrevivem.
A constante e incontornável hipocrisia que nos acompanha e consome todos os dias, todas horas e minutos da nossa vida, deixa-me agoniado, transtornado até. A mesma hipocrisia que nos impede por vezes de sermos críticos isentos. A mesma hipocrisia que nos deixa amarrados a preconceitos sem sentido.
Sejamos claros!  Sejamos sérios!
Que bom seria, termos um país capaz de prover situações deste género. Que bom seria termos um verdadeiro e eficaz  Serviço Nacional de Saúde.
É cada vez mais tempo de unirmos esforços e não de criarmos desuniões. É tempo de de pensarmos como resolver os graves problemas que nos afligem...desemprego, incumprimentos, doenças...
Sensibilidade e bom senso... precisa-se!






publicado por João Ricardo Lopes | Quarta-feira, 02 Maio , 2012, 00:04

Foi hoje comemorado o dia do trabalhador. Mas comemorado por quem? Porquê?

Se em todos os anos assistimos a manifestação mais ou menos numerosas, que tinham o condão de alimentar alguns protestos, mas eram muitas vezes utilizadas para promover alguma confraternização. No tempo atual, servem de protesto duro, direto. Um combate de rua, porta a porta, mas sem armas iguais. Porque os que hoje protestam, com razão ou até sem ela, como sempre acontece,  não possuem...nunca possuem, as mesmas armas que os seus "opressores".  Poder-se-á  dizer que não. Que o protesto é uma "arma" poderosa. Caberá então perguntar: qual o entendimento, qual a noção exacta possuem os "manifestantes" da força de que dispõem...do poder que têm entre mãos?
Comemorar o dia do trabalhador, no mesmo dia em que o Primeiro Ministro de um País quase falido diz, com o ar mais natural e angelical, que « temos de estar preparados para números de desemprego ao qual não estamos habituados».
No mesmo dia  do trabalhador, em que se anuncia que serão mais de 200 milhões os desempregados por todo o mundo.
Comemorar o dia do trabalhador, no mesmo dia em que cadeias de supermercados chantagearam os seus colaboradores com a iminência do despedimento, para que estes fossem trabalhar.
Comemorar o dia do trabalhador, no mesmo dia em que a chanceler alemã insiste na austeridade como meio de ultrapassar a crise que graça pela Europa e até pelo mundo...no mesmo dia em que o líder do Euro-grupo anuncia que vai deixar o cargo, farto que está das intromissões "Merkozyanas".
Comemorar o dia do trabalhador, quando muitos dos que saem para as ruas não o têm nem sentem perspectivas de  o ter a breve trecho.
Não podem os trabalhadores sentir alegria, quando todos os dias são espoliados dos seus mais elementares direitos.
Não podem os trabalhadores sentir tranquilidade, quando a maior riqueza que possuem, é o dia que já passou...porque tiveram emprego nesse dia. O amanhã...o nascer de um novo dia, é uma angustiante incógnita.
Não podem os trabalhadores viver...descansar...porque no imediato, não sabem se terão o dinheiro necessário para saldar contas, alimentar os filhos, para viver!
É pois necessário um esforço coletivo.
É pois necessário um sentimento uno e indivisível, de que é possível fazer melhor.
É pois necessário  e urgente, que aqueles que geram trabalho, tenham respeito por todos quantos produzem  e geram riqueza.
Numa palavra, é indispensável VIVER!

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