Cumpriu-se hoje mais um dia de "Greve Geral". Até ao final da tarde ( início da noite) sem problemas de maior. apenas, a costumeira "guerra" dos números... nada que espante! Não posso, no entanto, deixar passar esta oportunidade para lamentar e manifestar os meu desagrado pelo sucedido junto ao Parlamento. Junto à Casa da Democracia!
Sou, como sempre fui, avesso, e mesmo contra, as greves...sejam e tenham elas o caráter que tiverem. Porque não vejo, não nos é mostrado, nenhum resultado prático e concreto. Já sei que, depois destas palavras, serão muitos os que me vão criticar, condenar, rebater... aceito todas essas críticas, como sempre fiz e faço ao longo da vida, mas é essa a minha opinião e postura.
Não compreendo como, paralisando a produção, perdendo dias e horas de trabalho, poderão os portugueses, e os trabalhadores em particular, conseguir reverter o atual estado de coisas. Entendo que existem outras vias, outras formas, e que é pelo empenho e esforço que poderemos, todos, regressar ao caminho que nos conduza ao progresso, à paz social e, o mais importante, à felicidade a que temos direito. Por isso, tenho alguma, para não dizer imensa, dificuldade em aceitar o que aconteceu hoje em Lisboa.
Bem sei que a situação é grave. Bem sei que são inúmeros os casos de desespero, individuais e coletivos, que percorrem a nossa sociedade. Mas será que a forma utilizada pelos ( alguns) manifestantes foi a mais correta? Será que é através do confronto, da provocação, da agressão às forças da ordem ( pondo em risco a integridade física dos agentes), que cumprem o seu dever de proteger os cidadãos, que se resolvem os graves problemas do País? Não sei que foram os principais instigadores...falou-se, segundo notícias dadas, que existiriam polícias à paisana infiltrados e que incitaram à rebelião...não sei se esta é a verdade. Pode até ser que, devido ao desespero latente, houvesse quem tenha perdido a razão... não sei, mas gostava de saber. Acho que gostávamos todos!
Vejo o que se passou hoje, como algo que era esperado, anunciado, estava escrito! Infelizmente, irão repetir-se, estou certo, momentos como este. É pena...será sempre uma pena!
Não isento o Governo, Este o outros antes Dele, de culpas. Para mim, já o disse repetidas vezes e continuarei a fazê-lo, o problema maior reside na falta de verdade. Na falta de coragem dos atores políticos, em todos os patamares, de dizer o que realmente acontece, apenas porque isso vai contra o seu taticismo. Apenas porque isso pode fazer com que percam o "poder"... a comodidade que esse mesmo poder gera. Aquilo que para muitos, mais não é do que a única forma de vida e sobrevivência que possuem, dado que a sua incompetência profissional assim o dita. Não generalizo... apenas comento.
Não podemos, em sã consciência, aceitar o ocorrido como válido. Ninguém pode, nem deve, dizer que as forças da ordem deveria deixar entrar os manifestantes no Parlamento...que os governantes e deputados, deveriam ser todos linchados...que a anarquia e violência são aceitáveis e válidas. É claro que não sou a favor de todas as gravosas políticas do Governo.
É claro que não fui nunca a favor da ilusão que nos foi "vendida" pelos governos anteriores e que em muito nos conduziram a esta situação.
É claro que esta política de austeridade nos conduz a uma recessão da qual dificilmente sairemos. Mas isso, tudo isso, não justifica o uso da violência, da provocação, da agressão e mesmo até dos insultos. O direito à manifestação, à concentração, à opinião, existe...ainda bem que existe!
O que os Portugueses têm de fazer, como diz o Povo, é chegar-se à frente! Lutar nas suas terras, nas organizações cívicas, nos partidos a que pertencem ou pelos quais simpatizam, nas estruturas sindicais, enfim, em todos os lugares e de todas as formas, pacíficas, possíveis, manifestar os seus pontos de vista. Fazê-los valer. Falar alto e claro! Exigir que sejam ouvidos!
É fácil, muito fácil, o queixume...é confortável!
É fácil, muito fácil...a crítica!
Portugal, e os Portugueses, precisam de uma vez por todas unir-se num só objetivo.
Vamos, todos em conjunto, ACORDAR E...MUDAR PORTUGAL!
João Ricardo Lopes